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Tarifaço dos EUA pode causar prejuízo de R$ 19 bilhões a estados brasileiros, aponta CNI

De acordo com a CNI, o impacto do tarifaço varia conforme o volume absoluto exportado e o grau de dependência econômica

Brasília|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • Tarifa de 50% dos EUA pode causar prejuízos de R$ 19 bilhões ao Brasil segundo a CNI.
  • Seis estados brasileiros terão impactos superiores a R$ 1 bilhão devido à dependência econômica.
  • Os principais afetados incluem Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Pará.
  • Governo brasileiro busca negociação e a CNI propõe ações para minimizar os danos econômicos.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Governo brasileiro ainda tenta abrir espaço para negociação com autoridades norte-americanas
Governo brasileiro ainda tenta abrir espaço para negociação com autoridades norte-americanas Divulgação/Cepea/Arquivo

O aumento de 50% nas tarifas de importação anunciado pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros pode gerar perdas econômicas de mais de R$ 19 bilhões ao Brasil. É o que aponta um levantamento divulgado na terça-feira (29) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). Segundo a entidade, pelo menos seis estados brasileiros terão prejuízo superior a R$ 1 bilhão (confira abaixo).

A medida, que entra em vigor na sexta-feira (1°), atinge principalmente produtos industrializados — responsáveis por 78,2% das exportações brasileiras aos EUA — como café não torrado, carnes congeladas, açúcar, soja e produtos siderúrgicos.


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Impacto desigual entre os estados

De acordo com a CNI, o impacto do tarifaço varia conforme o volume absoluto exportado e o grau de dependência econômica de cada estado em relação ao mercado americano.

Mesmo com economias de menor porte, Ceará, Espírito Santo e Paraíba figuram entre os mais dependentes, com até 44,9% das exportações destinadas aos EUA. Apesar disso, as perdas financeiras são proporcionalmente menores:


  • Ceará: R$ 190 milhões
  • Espírito Santo: R$ 605 milhões
  • Paraíba: R$ 101 milhões

Nos estados do Centro-Oeste, os impactos combinados em Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul superam R$ 1,9 bilhão, puxados pela força do agronegócio e da agroindústria exportadora.

Na região Norte, os estados do Amazonas e Pará também devem sentir efeitos bilionários, sobretudo pela dependência do Polo Industrial de Manaus e da mineração.


Já no Nordeste, Bahia (R$ 404 milhões) e Pernambuco (R$ 377 milhões) também serão atingidos, ainda que em menor escala.

Estados com maiores perdas absolutas

Os estados do Sul e Sudeste, com economias maiores e cadeias industriais mais consolidadas, concentram os maiores prejuízos em termos absolutos:


  • São Paulo: R$ 4,4 bilhões
  • Paraná: R$ 1,91 bilhão
  • Rio Grande do Sul: R$ 1,9 bilhão
  • Santa Catarina: R$ 1,7 bilhão
  • Minas Gerais: R$ 1,66 bilhão
  • Amazonas: R$ 1,1 bilhão

Alerta do setor industrial

Para a CNI, a medida dos EUA pode desencadear um efeito dominó no setor produtivo, com redução de competitividade, corte de pedidos, risco de demissões e aumento de preços no mercado interno.

“O impacto é muito preocupante”, afirma Ricardo Alban, presidente da confederação. “A medida prejudica setores estratégicos da indústria nacional e compromete o desempenho das exportações brasileiras em um de nossos principais mercados.”

Governo busca negociação

Enquanto isso, o governo brasileiro ainda tenta abrir espaço para negociação com autoridades norte-americanas. A estratégia é evitar retaliações imediatas e buscar o apoio de organismos multilaterais.

A CNI, por sua vez, defende que o país intensifique ações diplomáticas, diversifique mercados e adote medidas emergenciais de apoio aos setores mais afetados, como linhas de crédito, incentivos à agregação de valor e prorrogação de prazos para adaptação.

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