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Transição vai pedir inclusão da vacina bivalente contra Covid no programa de imunização anual

Grupo informou, em coletiva de imprensa, que Ministério da Saúde não tem dados sobre prazo de validade e estoque de vacinas

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Arthur Chioro, Aloízio Mercadante, Humberto Costa e José Gomes Temporão, no CCBB, sede da transição, em Brasília
Arthur Chioro, Aloízio Mercadante, Humberto Costa e José Gomes Temporão, no CCBB, sede da transição, em Brasília Arthur Chioro, Aloízio Mercadante, Humberto Costa e José Gomes Temporão, no CCBB, sede da transição, em Brasília

O grupo técnico da área de saúde da equipe de transição informou, nesta sexta-feira (25), que vai pedir ao atual governo a inclusão das vacinas bivalentes contra a Covid-19 no Programa Nacional de Imunizações (PNI). O grupo se reuniu nesta sexta e concedeu entrevista coletiva no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede da transição, em Brasília.

"Nós entendemos que seria fundamental ampliar a cobertura vacinal [com doses] de reforço. Nós tivemos informações que há um contrato em vigência de 100 milhões de doses, com possibilidade de ampliação para 150 milhões, que abarca todas as vacinas adequadas para todas as faixas etárias, inclusive com a bivalente. Segundo estudos, ela se mostra eficaz e importante quando se trata de pessoas que já foram vacinadas com a dose de reforço", afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE).

"Significa que poderíamos adotar um processo de começar com os mais velhos, com [as pessoas que têm] comorbidades e indo progressivamente. Nós vamos solicitar ao governo que imediatamente reforce a vacinação em todas as faixas etárias, inclusive com a vacina bivalente", completou.

Para o membro da transição, não há necessidade de fazer uma compra desse tipo de vacina. "Está prevista no contrato. Se trata de uma decisão de incorporação [ao programa] e para qual grupo [da população] vai."

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, recentemente, o uso temporário e emergencial de duas vacinas bivalentes contra a Covid-19 da Pfizer. Os imunizantes aprovados, que oferecem proteção contra mais de uma cepa do vírus (BA1 e BA4/BA5), são para uso como dose de reforço na população a partir de 12 anos.

Política industrial da saúde

De acordo com José Gomes Temporão, ex-ministro da Saúde que integra o grupo, a equipe avalia a necessidade de conceder incentivos tributários para que a cadeia industrial do setor seja fortalecida. Uma das medidas analisadas é a compra do Estado para garantir estoques, tanto de medicamentos quanto de insumos.

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"O Brasil passou por um processo de desindustrialização nos últimos anos que também atingiu o complexo industrial da saúde, o que deixou o Brasil em situação vulnerável durante a pandemia. Vamos retomar a política industrial da saúde como política de Estado, também por questão de soberania nacional", afirmou Temporão.

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A política industrial para a saúde, segundo Temporão, deve envolver vários ministérios, como Economia e Ciência e Tecnologia. "As indústrias bélica e de saúde estão na vanguarda da inovação em todo o mundo. E a saúde cria empregos na média mais qualificados do que outros setores industriais", acrescentou.

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Covid em alta

Um levantamento da Fiocruz alerta para o aumento da disseminação do coronavírus no Brasil. Segundo a pesquisa, os diagnósticos da doença já correspondem a quase metade dos casos de doenças respiratórias no país nas últimas quatro semanas. O boletim mostra ainda que, em outubro, as mortes por Covid-19 representaram mais de 80% dos óbitos provocados por síndromes gripais.

Durante coletiva de imprensa, os integrantes do grupo da saúde alertaram para a cobertura vacinal no país, bem como para prazo de validade dos imunizantes. "É uma desorganização total. O ministério distribui as doses e não sabe onde estão nem o prazo de validade. O que nós temos é milhões de doses, e nós queremos comprovar, para Covid-19 com prazo de validade para vencer no final do ano e nas primeiras semanas do ano que vem. É grave a situação", explicou o ex-ministro da Saúde e integrante da transição Arthur Chioro.

A equipe disse, ainda, que não identificou a compra formal de doses da vacina para a campanha de 2023. "O que temos de informação é que o contrato de entrega de vacinas está vigente, mas o ministério não fez solicitação de quantidades suficientes para o ano que vem", afirmou Chioro.

Procurado, o Ministério da Saúde ainda não se pronunciou. O espaço está aberto para manifestação.

Antes da reunião, os integrantes do grupo técnico de saúde se reuniram com os cientistas Natalia Pasternak e Marcelo Yamashita. No período da tarde, vão participar de uma reunião com representantes da enfermagem, na Fiocruz, em Brasília.

Na última quarta-feira (23), o time que discute o tema se reuniu com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na sede do ministério. Na reunião, que durou cerca de uma hora, o grupo recebeu informações que foram solicitadas sobre a pasta. O titular se pôs à disposição para o esclarecimento de dúvidas, e a equipe vai analisar a documentação recebida.

O grupo técnico da saúde teve uma outra reunião, na última quinta-feira (24), com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na ocasião, o petista afirmou que, em seu governo, a pasta jamais será vista como gasto, e sim investimento, além de defender que não vão faltar recursos para recuperar a área no país, especialmente políticas públicas como o Programa Nacional de Imunizações.

Participam do grupo de saúde Alexandre Padilha, Arthur Chioro, Fernando Pigatto, Humberto Costa, José Gomes Temporão, Lúcia Souto, Ludhmila Hajjar, Maria do Socorro de Souza, Miguel Srougi, Nísia Trindade Lima, Regina Fatima Feio Barroso e Roberto Kalil Filho.

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