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Tribunal de Contas do DF suspende licitação que privatiza Rodoviária do Plano Piloto

Processo será retomado quando secretaria fizer mudanças pedidas pelo órgão e atualizar edital

Brasília|Do R7, em Brasília

GDF autorizou concessão da Rodoviária em 2023
GDF autorizou concessão da Rodoviária em 2023 Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília - 12.12.2023

O Tribunal de Contas do Distrito Federal suspendeu a licitação de concessão da Rodoviária do Plano Piloto por 20 anos à iniciativa privada. A decisão foi tomada na quarta-feira (26), e para reabrir o processo a Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana deve alterar o edital com o novo percentual para o valor mínimo de outorga do certame.

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No edital que permitiu a privatização da Rodoviária, ficou definido que quem ofertar o maior valor de outorga será declarado como vencedor da licitação, desde que atenda aos demais critérios do edital. Essa espécie de receita do governo é calculada aplicando um percentual sobre o valor do faturamento anual da Rodoviária.

No entanto, a Secretaria fez alterações em relação ao valor mínimo de outorga (de 4,3% para 3,91%) e só publicou as mudanças em planilhas do serviço, mas não atualizou as informações no edital oficial. Na avaliação do Tribunal de Contas, isso pode comprometer a competitividade da licitação, além de gerar questionamentos sobre a validade do certame.

De acordo com a decisão do Tribunal, após republicar o edital retificado, a Secretaria de Transporte também deve reabrir o prazo de 60 dias para a formulação de propostas das empresas interessadas na concessão.


Dados do governo local mostram que cerca de 650 mil pessoas circulam pela Rodoviária do Plano Piloto por dia. Nela, a população tem acesso aos principais meios de transporte público do DF: ônibus, metrô e o BRT. Além disso, um posto do Na Hora, local que concentra atendimentos de vários órgãos, como o Procon e o Detran, é bastante movimentado. O projeto sancionado garante a continuidade da prestação desses serviços.

Entenda

A lei que autoriza a concessão da Rodoviária do Plano Piloto do Distrito Federal para a gestão de uma empresa privada foi sancionada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) em dezembro do ano passado. Segundo o texto publicado, o vencedor do processo vai administrar a Rodoviária por 20 anos, prazo que pode ser prorrogado para até 40 anos.


A norma também prevê que a empresa escolhida terá que fazer reformas no local, como a recuperação de banheiros, escadas rolantes e fachada, além de cobrar uma taxa para motoristas estacionarem na plataforma superior e locais como o Conic.

As atuais permissões de comerciantes da área continuam valendo, desde que a ocupação tenha ocorrido até o dia 28 de junho de 2023. Os prazos para o envio de projetos e a escolha do novo gestor do local vão ser definidos no edital de licitação que terá de ser publicado novamente.


Detalhes do texto

O investimento previsto com a privatização da rodoviária é de R$ 120 milhões, e as obras devem ser concluídas até o quarto ano. A concessionária deverá pagar ao Governo do DF o valor mínimo de 3,91% da receita bruta, prevista em aproximadamente R$ 1,8 milhão. Veja os pontos principais da proposta de concessão a seguir.

Tarifa de acostagem

Segundo a Secretaria de Transporte e Mobilidade, a tarifa de acostagem é o valor cobrado em rodoviárias para que as empresas de transporte coletivo estacionem os ônibus nos boxes de embarque e desembarque de passageiros. No caso da Rodoviária do Plano Piloto, essa tarifa será cobrada apenas nas operações de partida dos veículos, “a fim de evitar dupla contagem”.

Essa tarifa será fixa e vai depender do tipo de linha. Ela poderá variar de R$ 2,14 (linha circular urbana 2) a R$ 14,10 (Santo Antônio do Descoberto). Nesse formato, a concessionária prevê uma receita de R$ 11 milhões. Ainda segundo a secretaria, a tarifa deverá ser paga pelas empresas de transporte coletivo.

Aluguel de lojas e espaços

Os valores cobrados pelo aluguel dos espaços serão alterados conforme o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Segundo o GDF, o valor atual do aluguel é de R$ 70,80 por m². Após a concessão, esse valor deve subir para R$ 123 por m². A receita total prevista para a concessionária com os aluguéis é de R$ 8,6 milhões por ano.

Mídia e publicidade

A empresa que vencer a concessão poderá vender espaço publicitário nos painéis de informação e no espaço interno do terminal. A expectativa de arrecadação é de R$ 3,7 milhões.

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