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Laudo da reconstituição da morte do menino Rafael (RS) sai em 30 dias

Mãe confessou que matou acidentalmente o filho de 11 anos ao dar calmante em excesso. Polícia acredita que ela teve ajuda de outra pessoa no crime

Cidades|Joyce Ribeiro, do R7, com informações da Record TV

Mãe de Rafael participou da reconstituição e alegou que morte foi acidental
Mãe de Rafael participou da reconstituição e alegou que morte foi acidental

A reconstituição da morte de Rafael Mateus Winques, de 11 anos, durou 5 horas e foi realizada na noite desta quinta-feira (18) com a presença da mãe Alexandra Duogokenski na cidade de Planalto, no Rio Grande do Sul. Segundo informações da Record TV, ela passou mal antes do procedimento.

Sem algemas e de máscara, ela mostrou como tudo aconteceu. O quarteirão da casa onde Rafael morava foi isolado para o trabalho do Instituto Geral de Perícias. Um boneco com a mesma altura e peso do garoto foi usado na reconstituição. Segundo a polícia, o garoto deve ter morrido entre a cama e a porta da casa.

Alexandra, que confessou o crime, defende que a morte do filho foi acidental. Ela deu dois comprimidos de Diazepan, um calmante, a ele que estava agitado e não queria dormir. De acordo com ela, ninguém mais participou da morte e da ocultação do corpo de Rafael.

Após perceber que ele estava morto, foi enrolado em um lençol e arrastado até a casa ao lado, que estava vazia. O cadáver foi ocultado com retalhos e colocado em uma caixa de papelão.


O laudo do IML, no entanto, aponta o estrangulamento como a causa da morte do menino. Uma corda de varal estava presa ao pescoço dele.

O advogado de Alexandra Duogokenski, Jean Severo, afirmou que ela deve responder pelo assassinato: "É homicídio culposo [quando não há intenção de matar]. Ela deve ser condenada por isso e ocultação de cadáver".


A polícia ainda não descartou o envolvimento de outras pessoas no crime. O pai de Rafael, Rodrigo Winques, acredita que Alexandra teve ajuda: "A gente não sabe quem, mas ela sozinha não fez. Eu calculo que tenha alguém envolvido com ela".

O laudo da reconstituição deve ficar pronto em um mês.


Rafael foi morto por estrangulamento e corpo estava escondido na casa ao lado
Rafael foi morto por estrangulamento e corpo estava escondido na casa ao lado

O caso

Alexandra, que está presa preventivamente, já apresentou versões contraditórias. O crime que, até então, era considerado um homicídio culposo passa a ser um homicídio doloso qualificado após o laudo apontar que a criança foi morta por asfixia.

Rafael desapareceu no dia 15 de maio na pequena cidade de Planalto, onde morava com a mãe e o irmão. O município tem cerca de 10 mil habitantes. O fato foi comunicado pela mãe ao Conselho Tutelar. Alexandra disse que, quando acordou pela manhã, não encontrou o menino no quarto. A polícia só soube do desaparecimento no dia seguinte.

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Considerada uma criança tranquila e querida no bairro, o sumiço de Rafael movimentou a vizinhança. A mãe chegou até a falar com a Record TV para pedir ajuda na localização do filho. Tudo não passava de uma encenação, porque, dias depois, ela confessou o crime à polícia.

O chefe da Polícia Metropolitana, Joerberth Nunes, estranhou a riqueza de detalhes passada pela mãe ao comunicar o desaparecimento do filho. "Falou que ele estava com a camiseta do Grêmio e chinelos, mas como ela poderia saber se não tinha visto?", alertou o delegado.

O corpo de Rafael foi localizado na segunda-feira (25), 10 dias após o suposto desaparecimento. Ele estava dentro de uma caixa de papelão, enrolado em um lençol, na garagem de uma casa abandonada com um pedaço de corda de varal enrolado no pescoço. A casa fica a menos de cinco metros do local onde ele morava. A polícia só chegou até o endereço após a confissão da mãe.

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Inicialmente, Alexandra afirmou que o filho estava nervoso, agitado e que ela deu uma quantia excessiva de calmantes, o que o fez passar mal e morrer. O remédio teria sido administrado para que a criança dormisse melhor, uma vez que ele ficava muito tempo no celular e na internet. "Ele tem costume de jogar bastante, a gente conhece os amigos de escola, ele também joga online com pessoas estranhas", disse a mãe.

De acordo com ela, a morte do filho teria sido então um acidente, sem a intenção de matá-lo. Mas a frieza de Alexandra no depoimento chamou a atenção da polícia. A versão apresentada por ela também já foi desmentida.

Um laudo do Instituto Geral de Perícias revelou que Rafael morreu asfixiado por meio de esganadura, ou seja, estrangulamento. Durante a perícia, foram também encontrados vestígios de sangue na casa onde ele morava e no carro da família. 

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Em entrevista, o delegado Ercílio Carlett afirmou que o motivo da morte ainda não foi esclarecido "até porque tudo indicava que ela era uma boa mãe, cuidava dele e do outro filho. Tinha um bom relacionamento com ele. Mesmo que ela tenha dado o medicamento, a morte se deu por asfixia, o que indica um homicídio doloso qualificado".

Vizinhos afirmaram que tanto Rafael quanto o irmão são tranquilos e que também nunca presenciaram nenhum tipo de briga entre eles ou das crianças com a mãe.

O pai de Rafael, Rodrigo Winques, é separado de Alexandra e mora em Bento Gonçalves, na serra gaúcha. Ele ficou chocado ao saber da morte do filho. "Vamos esperar que a Justiça seja feita", ressaltou.

O padrasto do menino foi ouvido pela polícia, mas na data do crime ele estava viajando a trabalho, o que foi comprovado em imagens.

Muito abalada, a avó de Rafael e mãe de Alexandra, Isaílde Batista, ressaltou que o neto era uma "criança tranquila e muito querida". Segundo ela, "ele era o filho que todo mundo queria ter e amado por todos".

Ela revelou que ficou desesperada ao descobrir que o crime foi cometido pela filha: "Chegar até esse ponto? Pelo amor de Deus! Uma mãe fazer isso com o filho, uma criança indefesa, isso não existe".

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