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BC eleva taxa básica de juros para 2,75% após sequência de quedas

Com a pressão inflacionária, a Selic interrompe série de quedas desde 2015 e de reduções consecutivas desde julho de 2019

Economia|Do R7

Selic funciona como forma de piso para as demais taxas cobradas no mercado
Selic funciona como forma de piso para as demais taxas cobradas no mercado

A taxa básica de juros da economia subiu de 2% para 2,75% ao ano, segundo decisão tomada nesta quarta-feira (17), pelo Copom (Comitê de Política Monetária), do BC (Banco Central). Com o veredito, a Selic interrompeu a série de quedas registradas desde julho de 2015 e a sequência de reduções consecutivas desde julho de 2019, chegando ao menor patamar da história. 

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O último aumento da taxa havia sido em julho de 2015. Desde então, a Selic vinha caindo, com períodos de manutenção. Passou de 14,25% em outrubo de 2016 para 6,5% em maio de 2018. A partir de julho de 2019, teve início a série consecutiva de quedas, chegando a 2%.

A alta da inflação e as incertezas da economia por causa do enfrentamento à pandemia de coronavírus levaram à decisão do Copom. A alta de 0,75 ponto percentual ficou acima da expectativa do mercado e, segundo o Boletim Focus desta semana, divulgado na segunda-feira (15), havia a previsão de um aumento de 0,5 ponto percentual. Agora a estimativa é de que continue avançando, terminando 2021 em 4,5% ao ano e 2022 em 5,5% ao ano.


Quanto menores os juros básicos da economia, mais barato fica o crédito para empresas e famílias. Isso possibilitou o crescimento dos financiamentos no auge da crise do coronavírus e ajudou a segurar as quedas na atividade econômica e no emprego.

Com o aumento, o alvo do Copom é a inflação de médio e longo prazo, para evitar que alta dos preços se dissemine na economia. "Diante das pressões inflacionárias, o Copom sinaliza ações concretas para perseguir o seu objetivo de política monetária, que é a manutenção da taxa de inflação dentro da meta estabelecida", afirma o economista Diogo Carneiro, professor da Fipecafi.


Para o economista, a política monetária não deve ter um efeito muito relevante para a população neste momento. "As principais pressões inflacionárias surgem do câmbio, do petróleo e da sua própria dinâmica inercial, que são definidos por outros elementos além da demanda por consumo pela população. Uma eventual redução do crédito traz poucos efeitos em um ambiente de retração em que consumidores não têm se endividado evitando gastar desnecessariamente. Nesse sentido, a alteração na taxa de juros pode auxiliar pouco no controle da inflação, talvez indiretamente por meio de recursos externos aplicados em títulos públicos brasileiros", ressaltou.

Piso para as demais taxas


A Selic representa os juros mais baixos a serem cobrados na economia e funciona como forma de piso para as demais taxas cobradas no mercado financeiro. Significa que a Selic é aquela taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores a ela.

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A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, próxima da meta estabelecida pelo governo. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.

Sempre que o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.

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