Brasil vai contratar 630 mil trabalhadores temporários no 3º trimestre, estima Asserttem
Indústrias alimentícia, farmacêutica e de óleo e gás devem guiar a alta de 12% nas admissões até setembro
Economia|Do R7
As contratações temporárias devem crescer 12% no terceiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado, e beneficiar mais de 630 mil trabalhadores até setembro, mostram estimativas da Asserttem (Associação Brasileira do Trabalho Temporário).
A indústria aparece como o setor que impulsiona as contratações temporárias, principalmente nas áreas alimentícia, farmacêutica e de óleo e gás. Na sequência também são esperadas novas vagas para os segmentos de comércio e serviços. De acordo com Marcos de Abreu, presidente da associação, o aumento das contratações temporárias deve ser visto com bons olhos, não com uma desconfiança na economia brasileira.
“A pandemia impôs um novo modelo de gestão às empresas, que aprenderam a reduzir custos e a fazer ajustes rápidos às demandas de mercado utilizando intensivamente a contratação de temporários, sem precisar demitir, o que vem contribuindo para a queda do desemprego no país”, explica ele.
A Asserttem reforça que as empresas já estão com os quadros de pessoal restabelecidos, como antes da pandemia. Diante do cenário, as contratações "serão pontuais", e não mais para repor o quadro de pessoal, o que deve derrubar a taxa de efetivação de 22% para 20%.
Somente no primeiro semestre, houve a geração de 1.322.200 vagas temporárias no Brasil, resultado 4,6% inferior ao apurado no mesmo período de 2021, quando houve 1.385.989 novas contratações. Segundo a Asserttem, o desempenho negativo foi causado por fatores que envolvem seca, inflação e a guerra entre Rússia e Ucrânia.
As contratações temporárias estão previstas nos termos da lei federal 6.019/74 e do decreto 10.854/2021, e viraram instrumento gerencial das empresas para atender às suas demandas, afirma a Asserttem.