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Com Fed, dólar cai a R$ 5,36 e atinge menor valor desde fevereiro

Real teve o melhor desempenho global na sessão desta quarta (28). Ibovespa subiu 1,39%, enquanto as bolsas dos EUA caíram

Economia|Do R7

Dólar ampliou as perdas no mundo após movimento do banco central dos EUA
Dólar ampliou as perdas no mundo após movimento do banco central dos EUA

O dólar fechou em forte baixa nesta quarta-feira (28), descendo à casa de R$ 5,36 e rompendo dois importantes suportes técnicos. A moeda brasileira esteve no topo dos mercados de câmbio numa sessão marcada por sinalizações sobre a política monetária nos Estados Unidos, ingressos de recursos e movimentações em torno da formação da Ptax de fim de mês.

O dólar ampliou as perdas no mundo depois que o banco central dos EUA (o Federal Reserve, Fed) indicou não haver pressa para reduzir estímulos em curso e adotados inicialmente no ano passado para proteger a economia dos efeitos da pandemia.

Na prática, mais dinheiro barato nos EUA significa mais liquidez que pode migrar para países como o Brasil, aumentando a oferta de dólar por aqui e, consequentemente, baixando o preço da moeda.

Caixa Seguridade


Em termos de fluxo, o mercado acompanha ainda expectativas de ingressos de recursos com a esperada abertura de capital da Caixa Seguridade e perspectiva de emissão bilionária de notas com metas sustentáveis pela Natura.

Dados do Banco Central mostraram nesta quarta-feira (28) que o fluxo cambial ao Brasil está positivo em US$ 770 milhões em abril até 23.


As vendas de dólares também estiveram relacionadas a operações em torno da formação da Ptax de fim de mês (que serve de referência para liquidação de contratos futuros e outros derivativos). Segundo operadores, há intenso movimento no mercado de puts, as opções que dão ao comprador direito de vender dólar a um preço determinado.

No fechamento do mercado à vista, o dólar caiu 1,86%, a R$ 5,3611 na venda.


Patamar baixo

É o menor patamar de encerramento desde 2 de fevereiro (R$ 5,3562). Com a queda desta quarta (28), o dólar deixou para trás suas médias móveis de 100 e 200 dias, movimento que, se consolidado, pode retroalimentar novas baixas.

O real teve o melhor desempenho global nesta sessão, seguido de perto pelo sol peruano (+1,8%), que vem de fortes perdas recentes.

O dólar no Brasil cai em nove das últimas 11 sessões, período em que recuou 6,37%. Desde o pico de 9 de março (R$ 5,7927), a moeda perde 7,45%.

Em abril, a cotação desvaloriza 4,78%, a caminho da maior baixa para o mês desde 2015 (-5,57%).

Preço de ativos

Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos, chamou atenção para a movimentação mais positiva nos preços dos ativos brasileiros nesta sessão. O Ibovespa, por exemplo, subiu 1,39%, enquanto as bolsas de valores dos EUA caíram.

"Acho que é um misto de um cenário menos negativo de curto prazo (Orçamento, pandemia, vacinação, etc) com um grande ajuste de posições", afirmou. "Os 'patinhos feios' do mercado, como bancos na bolsa, câmbio e a curva de juros curta, são os de melhor desempenho."

Com a valorização recente do real, a moeda brasileira reduziu as perdas no ano para 3,16%. A divisa diminui a diferença em relação a seus pares, mas segue atrás.

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