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Construção sinaliza recuperação e compra do imóvel fica mais atraente

Ambiente mais propício para novos negócios surge em linha com a percepção maior de que os preços estão "baixos" ou em nível "razoável"

Economia|Alexandre Garcia, do R7

Indicadores apontam para retomada da construção civil
Indicadores apontam para retomada da construção civil

Os mais recentes indicadores da construção civil apontaram nas últimas semanas para a retomada do setor na economia brasileira. Aliado com as quedas de preços dos últimos anos e a redução das taxas de juros, o atual momento se apresenta mais atrativo para a compra dos imóveis.

No segundo trimestre, o Raio-X FipeZap mostrou altas significativas no número de potenciais compradores que avaliam o preço atual dos imóveis em nível "razoável" (27%) ou "baixo" (14%). Ambos os resultados são os maiores da série histórica do indicador, que passou a ser divulgado em 2015.

Ao mesmo tempo, o percentual dos que pretendem fechar negócio nos próximos três meses e avaliam os preços como "altos" ou "muito altos" segue em queda e é atualmente de 56%. Os resultados surgem em linha com as variações de preço dos imóveis abaixo da inflação nos últimos anos.

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O presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), Luiz Antonio França, garante que o momento atual é "o mais propício para se comprar um imóvel".


"A classe média ficou um período fora do mercado que estava muito fraco e agora voltou a olhar para os imóveis. Com essa movimentação, já se começa a ver um retorno na aquisição de imóveis", afirma França.

Para Ana Castelo, coordenadora de projetos da construção do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da FGV (Fundação Getúlio Vargas), o cenário atual é mais atrativo aos que olham para a compra do imóvel como forma de investimento.


"Temos realmente um ambiente propício para a realização de negócios, mas para as famílias ainda existe muita incerteza para se comprometer com um financiamento de 30 anos", avalia Ana.

Financiamento de longo prazo ainda requer cautela dos compradores
Financiamento de longo prazo ainda requer cautela dos compradores

Eduardo Zylberstajn, coordenador dos índices FipeZap, destaca que a percepção sobre a compra dos imóveis "depende muito da realidade de cada família", porque a decisão implica na concentração de parte dos recursos em um único bem.


Comprador de imóvel em SP paga, em média, R$ 19.500 de imposto

"Quem comprar um imóvel tem uma chance grande de ver o valor do bem maior daqui a dois, três ou quatro anos. Dificilmente o preço vai cair no curto ou médio prazo", diz Zylberstajn, que atenta ainda para os gastos com imposto, corretagem e reforma ao adquirir um imóvel. "É sempre bom avaliar bem a compra", completa.

Ainda segundo o Raio-X FipeZap, 70% dos que adquiriam imóveis nos últimos 12 meses conseguiram desconto nas transações. O percentual médio retirado dos valores anunciados no período foi de 13%.

Construção saltou 1,9% no segundo trimestre de 2019
Construção saltou 1,9% no segundo trimestre de 2019

Indicadores

A percepção de que os preços caminham rumo a valores mais adequados surge ao mesmo tempo em os indicadores econômicos sinalizam a retomada do setor. Na última sexta-feira (29), os dados do PIB (Produto Interno Bruto) — soma de todos os bens e serviços produzidos no país — apontam que a construção saltou 1,9% no segundo trimestre do ano.

"O PIB da construção cresceu quase cinco vezes mais do que o PIB nacional", comemora França, que avalia o atual momento como o início de um ciclo de melhora no segmento. “Quando você junto juros baixos e confiança do consumidor consegue ter em qualquer lugar do mundo um ciclo positivo na indústria da construção civil”, diz o presidente da Abrainc.

O ICST (Índice de Confiança da Construção), da FGV Fundação Getulio Vargas), subiu pelo terceiro mês seguido na passagem de julho para agosto e alcançou os 87,6 pontos, maior nível desde dezembro de 2014.

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Ana Castelo classifica o resultado como “surpreendente” e relata que a melhora do setor já era observada em alguns segmentos desde o começo de 2019. “A sondagem mostra uma melhora na confiança em relação ao momento corrente e às expectativas futuras”, afirma ela.

Outro indicador que aponta para a melhora do setor é IAMI (Indicador Antecedente do Mercado Imobiliário), da Abrainc, que aponta para o aumento de 58,7% no percentual de alvarás concedidos nos últimos 12 meses.

Na análise de Zylberstajn, ainda existem riscos no horizonte, mas o cenário atual aponta para uma melhora definitiva da construção civil no curto e médio prazo. “Com tudo saindo dentro do esperado, os próximos anos devem ser de retomada do mercado”, destaca ele, que ainda vê algumas incertezas no cenário político.

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