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Custo de produtor chinês pode sustentar preços da celulose, diz Suzano

Economia|Do R7

Por Priscila Jordão

SÃO PAULO (Reuters) - A Suzano Papel e Celulose avalia que os custos altos de produtores chineses de celulose darão sustentação maior aos preços da commodity nos próximos meses, após a companhia ter sido afetada no final do ano passado e em janeiro por pressão vinda de clientes no país asiático.

O presidente da Suzano Papel e Celulose, Walter Schalka, disse que um patamar mínimo de preço da commodity já foi atingido neste momento e que um movimento de reestocagem na China deve ocorrer.

"Nossa percepção é de que estamos chegando no piso do preço (da celulose) em função de paradas de outros competidores. Ao preço que se opera hoje, imaginamos que os competidores locais já não têm condição de redução", afirmou o executivo a jornalistas durante teleconferência para comentar os resultados da Suzano no quarto trimestre.


Contudo, a empresa afirmou que só terá maior visibilidade sobre o mercado da China na próxima semana. O mercado chinês ficou parado na semana passada por conta do longo feriado do Ano Novo Chinês.

O diretor comercial da Suzano, Carlos Aníbal de Almeida Jr., afirmou em teleconferência com analistas que a pressão sobre preços da celulose na China e a oportunidade para que a Suzano recuperasse seus estoques levou ao menor volume de vendas no quarto trimestre.


As vendas de celulose da companhia caíram 10,7 por cento no quarto trimestre ante os três últimos meses do ano anterior e recuaram 16,7 por cento sobre o terceiro trimestre. A fatia da receita de vendas de celulose vinda da Ásia caiu a 32 por cento no quarto trimestre, contra 47 por cento nos três meses imediatamente anteriores.

A Suzano acabou entregando lucro no quarto trimestre de 341 milhões de reais, abaixo dos 520 milhões de reais esperados por analistas, segundo pesquisa da Reuters.


Por conta dos preços pressionados na China e de também ver certa pressão ocorrendo na Europa, a empresa não imagina a possibilidade de anunciar um aumento de preços no momento. "Dependendo das condições, isso pode acontecer em outro momento ao longo do ano", afirmou Schalka.

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PAPEL E CELULOSE FLUFF

No mercado de papel, a previsão da Suzano é de um volume maior de vendas em 2016 por conta das expectativas para o Programa Nacional do Livro Didático, para as Olimpíadas e eleições municipais no Brasil.

A companhia também enxerga um aumento maior do preço médio do papel no segundo trimestre com relação ao visto até o momento. No fim do ano passado, a Suzano anunciou aumento de 24 por cento no preço do papel tipo cutsize e offset com efeito a partir de fevereiro. Além disso, um novo aumento de 12 a 15 por cento para o papelcartão tem implementação a partir de março.

Os aumentos foram alvos de críticas de entidades como a Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), que estão vendo menos possibilidade de importar papel por causa da desvalorização do dólar contra o real e impostos sobre material importado.

Quanto à celulose do tipo fluff, usada em fraldas e absorventes, cuja produção teve início no fim do ano passado, a Suzano mostrou otimismo. O presidente da companhia disse que a empresa obteve aprovação de mais de dez clientes pequenos para o produto, feito a partir da celulose de fibra curta, em vez da tradicional fibra longa, e está em processo de aprovação com clientes maiores. "Esse processo está chegando em velocidade maior do que imaginávamos", disse Schalka.

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DIVIDENDOS

A respeito do pagamento de remuneração a acionistas, a administração da companhia decidiu propor o pagamento de dividendos de 300 milhões de reais. Schalka observou que a Suzano considera o valor tímido, mas quis ser conservadora para acelerar a desalavancagem.

"Se os números que a gente projeta se mantiverem no patamar previsto, quase certamente teremos um dividendo intermediário no segundo semestre", disse.

A alavancagem medida pela relação dívida líquida sobre Ebitda da Suzano caiu para 2,7 vezes no fim do quarto trimestre, ante 4,1 vezes no fim do ano anterior.

As ações da Suzano subiam 1 por cento às 13h33, enquanto o Ibovespa mostrava desvalorização de 0,3 por cento.

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