De olho no mercado externo, dólar sobe 0,78% e vai a R$ 2,22
No acumulado da semana, moeda norte-americana teve queda de 1%
Economia|Do R7

O dólar fechou em alta nesta sexta-feira, acompanhando a cena externa e dando continuidade ao movimento da véspera, quando interrompeu série de quatro quedas seguidas que o levaram abaixo do patamar de R$ 2,20.
A moeda norte-americana subiu 0,78%, a R$ 2,2213 na venda, acumulando na semana queda de 1%.
Na máxima dessa sessão, o dólar chegou a R$ 2,2240 e na mínima R$ 2,1975. O volume financeiro ficou em torno de US$ 1,1 bilhão, segundo dados da BM&F.
No mercado internacional, o dólar subiu frente a diversas moedas após a forte queda nas bolsas norte-americanas no dia anterior e nesta sessão, levando os investidores a buscarem mais proteção.
Em relação a uma cesta de moedas, o dólar subia 0,14%. O mesmo aconteceu em relação ao peso chileno, entre outras moedas.
— Está todo mundo vendendo e isso impacta no dólar aqui — resumiu o gerente de câmbio da corretora Fair, Mário Battistel.
Na véspera, o índice tecnológico Nasdaq desabou mais de 3%, a maior queda em dois anos e meio, alimentando as expectativas sobre perdas mais amplas no mercado. Nesta sessão, o indicador continuou o movimento, perdendo mais de 1%.
Na reta final do pregão, o dólar acelerou ainda mais suas perdas frente ao real, seguindo os mercados externos e também a fluxos pontuais de saída de recursos, segundo relato de operadores.
Mesmo assim, especialistas acreditam que o dólar deve voltar a ficar abaixo de R$ 2,20 no curto prazo, basicamente por dois motivos: fluxo de entrada e atuações do Banco Central brasileiro no mercado de câmbio. A avaliação é de que, neste momento de inflação elevada, manter a moeda norte-americana em níveis baixos ajuda a segurar os preços de importados.
Mais cedo, o BC deu continuidade às intervenções diárias, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps cambiais. Fora 2 mil com vencimento em 1º de dezembro deste ano e 2 mil contratos para 2 de março do próximo ano. O volume foi equivalente a US$ 198,2 milhões.
E vendeu a oferta total de até 10 mil swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares. Com isso já rolou US$ 2,964 bilhões, ou cerca de 35% do lote total que vence no próximo mês, correspondente a US$ 8,733 bilhões.
Pela manhã, o dólar chegou a recuar ante o real por conta de forte entrada de recursos vindos do exterior.
— No começo da manhã, teve pressão para baixo por causa de uma entrada (de dólares) pontual, mas isso não mudou a tendência do dia que foi de valorização, como no exterior — afirmou um operador de banco internacional que pediu anonimato.