Dólar cai mais de 1% e gira em torno de R$ 3,25
Moeda americana se desvaloriza com ambiente favorável do exterior e Banco Central ausente
Economia|Do R7

O dólar recuava mais de 1% e girava em torno de R$ 3,25 nesta quarta-feira (29), reagindo ao ambiente externo favorável e à ausência do Banco Central do mercado de câmbio mesmo diante do tombo recente da moeda norte-americana aos menores níveis em quase um ano.
Às 10h12, o dólar recuava 1,56%, a R$ 3,2545 na venda. A moeda chegou a R$ 3,2465 na mínima da sessão, menor nível intradia desde 23 de julho de 2015 (R$ 3,2225). O dólar futuro caía 1,5%.
"O dólar engrenou em um movimento de baixa, tanto aqui quanto lá fora, e parece que o BC não tem objeções a isso", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.
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O apetite por ativos mais arriscados que varreu os mercados globais na sessão passada continuava forte nesta terça-feira, com investidores recebendo bem a perspectiva de que bancos centrais globais podem reagir a eventuais turbulências financeiras com mais estímulos.
O dólar cortou pela metade a alta registrada frente ao peso mexicano desde que o Reino Unido decidiu deixar a União Europeia na quinta-feira passada, que chegou a 7%. Nesta sessão, recuava cerca de 1% frente à moeda mexicana.
A queda intensa da moeda norte-americana pegou de surpresa muitos operadores e levou alguns analistas a reverem suas projeções, embora poucos acreditem que o dólar deva recuar muito além dos R$ 3,20.
A equipe de estratégia do BNP Paribas passou a estimar o dólar a R$ 3,20 no terceiro trimestre e R$ 3,25 no quarto trimestre, ganhando força para fechar o ano que vem a R$ 3,60. Até então, as projeções eram de R$ 3,75, R$ 3,80 e R$ 4, respectivamente.
Operadores citavam ainda a percepção de que o BC brasileiro deve ser menos propenso a intervir no mercado, apesar de possíveis impactos negativos sobre as exportações.
"Parece que o BC não quer gerar ruídos no mercado e isso ajuda a queda do dólar. Por sua vez, um dólar mais fraco facilita a ancoragem das expectativas de inflação", explicou o operador de um importante banco nacional.
O BC não faz leilão de swap reverso, que equivale a compra futura de dólares, desde 18 de maio.
Na véspera, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, repetiu que a autoridade monetária pode reduzir sua exposição cambial quando e se for possível e que poderá usar todas as ferramentas com parcimônia no câmbio.