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Dólar é vendido por menos de R$ 5 pela 1ª vez em mais de 2 meses

Queda da moeda norte-americana acontece com redução de temores fiscais locais, dados positivos da inflação e cenário externo favorável a ativos de risco

Economia|Do R7

Dólar opera em queda de quase 1,5%
Dólar opera em queda de quase 1,5% Dólar opera em queda de quase 1,5%

O dólar acelerou suas perdas e foi abaixo de R$ 5 pela primeira vez em mais de dois meses nesta terça-feira (11). O movimento ocorre em meio à redução de temores fiscais locais, dados da inflação abaixo do esperado e cenário externo favorável a ativos de risco.

Às 10h46 (horário de Brasília), a moeda norte-americana à vista recuava 1,1%, a R$ 5,01 na venda. Mais cedo, na mínima do dia, o dólar caiu 1,49%, a R$ 4,9905, indo abaixo dos R$ 5 pela primeira vez desde o dia 2 de fevereiro deste ano. Na véspera, a divisa subiu 0,15%, a R$ 5,0659 reais.

Segundo Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, esse movimento se deve a "notícias positivas vindas do novo arcabouço fiscal", somadas a um "forte fluxo de entrada de recursos" pela conta comercial de dólares do país em meio à perspectiva de safras recordes.

Na segunda-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo já fechou pendências que faltavam ser definidas no novo arcabouço fiscal, e que técnicos vão redigir a proposta final da âncora com base nas decisões políticas tomadas. A regra, que impede que os gastos federais cresçam mais do que a arrecadação, foi, no geral, bem recebida pelos mercados financeiros.

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Enquanto isso, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) subiu 0,71% em março, abaixo do esperado, após alta de 0,84% no mês anterior, informou o IBGE. Nos 12 meses até março o índice acumulou avanço de 4,65%, contra 5,6% antes, a taxa mais baixa e a primeira vez abaixo de 5% desde janeiro de 2021.

"De olho no local, o mercado deve ajustar posições depois de o IPCA ter vindo abaixo da mediana do mercado. Esse alívio deve estimular o real e a bolsa", disse à Reuters Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

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No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes caía cerca de 0,3%. Todos os olhos estão voltados para dados de inflação nos Estados Unidos agendados para quarta-feira. Qualquer número forte deve alimentar apostas de que o Federal Reserve continuará elevando os juros em sua próxima reunião de política monetária, no início de maio.

Atualmente, os mercados futuros já precificam cerca de 70% de chance de o banco central norte-americano subir sua taxa básica em 0,25 ponto percentual. Quanto mais altos os juros nos EUA, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente de redirecionamentos de recursos para o mercado de renda fixa norte-americano.

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Por outro lado, com a taxa Selic ainda em 13,75%, o Brasil segue oferecendo uma rentabilidade muito atraente para agentes financeiros externos, o que tem sustentado o real nas últimas semanas.

O Citi disse em relatório desta terça-feira que é provável que os mercados globais operem em "modo de realização de lucros" antes dos dados de inflação dos EUA, mas reafirmou seu otimismo em relação a moedas latino americanas de alto retorno --o que inclui o real.

Bergallo, da FB, disse ainda que "o cenário político local segue sem ruídos a um bom tempo, o que certamente ajudou o real e nos permitiu surfar um pouco na inclinação a risco vinda do exterior, acomodando o dólar perto dos R$ 5,". 

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