Dólar sobe com notícia de que Lula quer salário mínimo mais alto
Haddad não concorda com o presidente; contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,74%, a R$ 5,15 na B3, às 15h45
Economia|Do R7
O dólar à vista acelerou alta ante o real na tarde desta segunda-feira (16), com operadores atribuindo o movimento à notícia de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria avaliando aumentar o salário mínimo de 2023 acima do valor de R$ 1.320.
Às 15h45 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,62%, a R$ 5,1393 na venda, no exterior. A sessão é de menor liquidez, por causa de feriado de Martin Luther King Jr., nos Estados Unidos.
Na B3, no mesmo horário, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,74%, a R$ 5,1540.
Segundo técnicos da equipe econômica, Lula avalia elevar o salário mínimo deste ano para acima dos R$ 1.320 prometidos. A informação é da agência Broadcast, do jornal O Estado de S.Paulo. O valor e a data de início de vigência ainda não foram definidos. O Ministério da Fazenda seria contrário à proposta.
Questionado, o Ministério da Fazenda afirmou que a posição da pasta sobre o salário mínimo já foi externada por Fernando Haddad, em entrevista à imprensa. Na ocasião, o ministro indicou que o salário mínimo neste ano ficará em R$ 1.302, como proposto pelo governo anterior, sem aumento adicional.
Haddad argumentou que o valor já representa um ganho de 1,4% acima da inflação e atende à promessa de Lula de conceder reajustes reais anuais.
Para analistas do mercado, a entrada em vigor do aumento apenas dentro de alguns meses seria positiva para o real, com efeito benéfico também para as contas públicas, à medida que o valor do mínimo é indexador de outras despesas.
Até acelerar ganhos, o dólar mostrava pouca variação na sessão desta segunda, alternando estabilidade e elevações tímidas, em movimento em linha com o fortalecimento no exterior.
A moeda norte-americana exibia alta de cerca de 0,2% contra uma cesta de divisas fortes, enquanto também apresentava ganhos ante os principais pares emergentes do real.
Leia também
A queda de commodities, como o minério de ferro, também foi citada por analistas como um fator desfavorável ao real na sessão.
No âmbito local, além da questão do salário mínimo, a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Fórum Mundial Econômico, em Davos, estava em foco. Na Suíça, ele afirmou a jornalistas que sua participação no fórum ter como foco a transmissão de mensagens drelacionadas ao compromisso fiscal, sustentabilidade e defesa da democracia.