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Dólar tem terceira queda seguida e fica abaixo de R$ 5,10; Ibovespa avança

Moeda americana fecha a R$ 5,098 no mercado interbancário, recuo de 0,93%, o menor nível para encerramento em duas semanas

Economia|

Dólar cai pelo terceiro pregão consecutivo, e fecha abaixo de R$ 5,10
Dólar cai pelo terceiro pregão consecutivo, e fecha abaixo de R$ 5,10 Dólar cai pelo terceiro pregão consecutivo, e fecha abaixo de R$ 5,10

O dólar caiu pelo terceiro pregão consecutivo nesta segunda-feira (12) e fechou no menor patamar em duas semanas, abaixo de R$ 5,10, castigado por um clima de maior apetite por risco no exterior, pela valorização das commodities e pela percepção de cenário doméstico ainda atraente para capital estrangeiro. O Ibovespa fechou em alta, embalado pelo tom positivo de praças acionárias no exterior, antes de informações sobre a inflação nos Estados Unidos.

O índice de referência do mercado acionário brasileiro subiu 0,98%, a 113.406,55 pontos, tendo ultrapassado os 114 mil pontos na máxima do dia. O volume financeiro da sessão somou R$ 22,7 bilhões.

A moeda americana negociada no mercado interbancário recuou 0,93%, a R$ 5,0983, o menor nível para encerramento desde 29 de agosto, quando ficou cotada a R$ 5,033. Nos últimos três pregões, o dólar acumulou um recuo de 2,7%. Na B3, às 17h07 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,08%, a R$ 5,125.

Participantes do mercado financeiro atribuem parte das perdas a um arrefecimento da moeda americana no exterior, onde seu índice, frente a uma cesta de seis rivais fortes, tem se afastado nos últimos dias de máxima em 20 anos, atingida na quarta-feira da semana passada.

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Na tarde desta segunda, esse índice apresentava queda de 0,4%, enquanto as ações tiveram alta generalizada nas principais bolsas de valores, sinal do maior apetite global por risco. Os preços de várias commodities importantes, como petróleo e minério de ferro, têm mostrado alta nos últimos pregões.

"As moedas latino-americanas, em geral, acabam sendo bastante atraentes, por serem de uma região diversificada na oferta de commodities para exportação. Isso atrai tanto investimento produtivo quanto investimento financeiro para os mercados regionais em momentos de valorização internacional desse tipo de produto", disse Leonel Mattos, analista de inteligência de mercado da StoneX.

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O real capitaneou os ganhos regionais no dia, mas outras moedas latino-americanas registraram alta frente ao dólar na sessão, como o peso mexicano, o peso chileno e o sol peruano.

Enquanto isso, a menos de três semanas do primeiro turno das eleições presidenciais, investidores continuam monitorando o noticiário político brasileiro. Após a pesquisa BTG/FSB, nesta segunda, ter mostrado redução da vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), o mercado aguardava para a noite a divulgação de nova sondagem do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica).

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Em relatório, o Goldman Sachs registrou que algumas medidas de percepção de investidores em relação ao pleito têm se mantido "relativamente estáveis" conforme se aproxima o dia 2 de outubro – o que eles atribuem a uma combinação de fatores que têm tirado o foco das incertezas político-fiscais do Brasil.

Entre esses elementos, o banco citou o elevado "carry" (retorno de taxa de juros) do real e a maior sensibilidade da moeda aos preços das commodities, dois pontos também mencionados por Mattos, da StoneX.

No entanto, o Goldman Sachs alertou sobre a possibilidade de que um resultado acirrado nas urnas possa ser o maior risco de cauda para o real neste momento.

Apesar do recente enfraquecimento do dólar, há grandes chances de uma recuperação acentuada da moeda americana até o fim deste ano, tanto no mercado local quanto no internacional, avaliou Mattos, citando o efeito do atual ciclo de aperto monetário do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos.

Quando os EUA, país considerado seguro para investimentos, oferecem juros mais altos, a atratividade de mercados como o Brasil acaba sendo ofuscada, uma vez que o nível superior das taxas de juros é uma medida de maior risco para agentes financeiros estrangeiros, explicou o analista da StoneX.

O Fed já subiu sua taxa de juros em 2,25 pontos percentuais desde março deste ano, e a maior parte dos mercados financeiros acredita que a autoridade monetária elevará os custos dos empréstimos em mais 0,75 ponto em seu encontro deste mês, nos dias 20 e 21. Dados de inflação americanos serão avaliados de perto nesta terça-feira (13), pois já poderão oferecer pistas sobre a decisão do banco central da próxima semana.

Por causa da divulgação do CPI (índice de preços ao consumidor) de agosto no dia seguinte, em Wall Street o S&P 500 avançou mais de 1% nesta segunda. Nele, agentes financeiros buscarão pistas sobre a duração e a profundidade do aperto monetário americano.

Para a decisão de juros do banco central dos EUA neste mês, o mercado precifica mais de 90% de chance de alta de 0,75 ponto percentual. Assim, o CPI tende a influenciar as apostas para a decisão seguinte, exceto se for muito diferente do previsto.

Uma pesquisa da Reuters com economistas aponta uma queda de 0,1% no CPI em agosto sobre julho, e alta de 8,1% ano a ano. "A expectativa é que a inflação tenha arrefecido, mas, se esse dado não vier conforme o esperado, os ânimos podem reverter esse apetite a risco que vemos no mercado", disse Álvaro Feris, especialista em investimentos da corretora Rico.

No Brasil, a pesquisa Focus voltou a mostrar revisão para cima nas projeções de economistas para o crescimento do PIB brasileiro neste ano, a 2,39%, enquanto as estimativas para o IPCA foram novamente revisadas para baixo, a 6,40%.

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