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Economia brasileira avança 0,4% no 3º trimestre de 2022, mostra IBGE

Fruto da produção de R$ 2,5 trilhões em bens e serviços, resultado positivo coloca o PIB nacional no maior patamar em 26 anos

Economia|Do R7

PIB brasileiro cresceu pelo quinto trimestre consecutivo
PIB brasileiro cresceu pelo quinto trimestre consecutivo

A economia brasileira cresceu 0,4% no terceiro trimestre de 2022, na comparação com os três meses anteriores, conforme mostram dados divulgados nesta quinta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O resultado, fruto da produção de R$ 2,5 trilhões entre julho e setembro, faz o PIB (Produto Interno Bruto) — soma de todos bens e serviços finais feitos no país — alcançar o maior patamar da série histórica, iniciada em 1996.

A quinta variação positiva da economia nacional representa uma desaceleração frente aos quatro trimestres anteriores, quando a economia nacional avançou 0,4%, 0,9%, 1,3% e 1%, respectivamente.

Além de atingir o maior nível da série, o PIB figura em um patamar 4,5% acima do registrado na pré-pandemia, calculado no quarto trimestre de 2019. No terceiro trimestre, a variação positiva foi influenciada pelos resultados dos serviços (+1,1%) e da indústria (+0,8%), enquanto a agropecuária recuou 0,9%.


Antonio van Moorsel, diretor do Advisory e sócio da Acqua Vero Investimentos, avalia que a perda de força da atividade econômica ocorre em virtude da deterioração da conjuntura macroeconômica, caracterizada pela inflação resiliente e pelo aperto das condições financeiras das famílias.

"Apesar do crescimento da massa salarial real e da forte expansão fiscal em curso, houve queda na produção industrial e no consumo de bens cíclicos e reversão nos indicadores de confiança. Ademais, o alto endividamento das famílias e a desaceleração no crescimento das concessões de crédito para consumo corroboram a queda no comércio varejista", afirma ele.


Dentro do setor de serviços, a alta foi puxada pelas áreas de comunicação (+3,6%,) atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (+1,5%) e atividades imobiliárias (+1,4%). O segmento de outras atividades de serviços (+1,4%), que representa cerca de 23% do total do setor, também cresceu.

“As outras atividades de serviços já vêm se recuperando há algum tempo, com a retomada de serviços presenciais que tinham demanda represada durante a pandemia”, explica Rebeca Palis, coordenadora de contas nacionais do IBGE.


Na contramão, o único segmento dos serviços que ficou no campo negativo foi o comércio, que variou -0,1%. “Esse é um cenário que já vínhamos observando na Pesquisa Mensal de Comércio. O resultado reflete a realocação do consumo das famílias dos bens para os serviços”, destaca Rebeca.

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Moorsel observa que o varejo e a indústria estão enfraquecidos e caminham em sentido oposto ao observado pelo setor de serviços, impulsionado pelo arrefecimento da pandemia e pela menor dependência de crédito. Na avaliação dele, o ramo responsável por 70% do PIB também perde fôlego.

"Os últimos dados divulgados sinalizam a manutenção da tendência de perda de ímpeto, em decorrência da inflação corrente elevada, expectativas desancoradas, recuo dos índices de confiança e a campanha agressiva de alta de juros promovida pelo BC", explica ele.

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