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Governo desbloqueia R$ 5 bilhões do Orçamento de 2017

Dinheiro vai atender órgãos públicos com dificuldade financeira

Economia|Da Agência Brasil

Há R$ 24,6 bi de despesas não obrigatórias bloqueadas
Há R$ 24,6 bi de despesas não obrigatórias bloqueadas

O aumento na arrecadação em novembro e a diminuição de previsões de gastos obrigatórios permitiram ao governo liberar R$ 5 bilhões do Orçamento que estavam bloqueados, afirmou nesta quarta-feira (20) o Ministério do Planejamento. O dinheiro atenderá a órgãos públicos em dificuldade.

Atualmente, o governo tem R$ 24,6 bilhões de despesas não obrigatórias bloqueadas. A liberação desta quarta reduziu o volume contingenciado para R$ 19,6 bilhões. Pela legislação, o governo tem até uma semana para editar um decreto definindo a distribuição dos recursos liberados por ministérios e órgãos.

Dos R$ 5 bilhões liberados hoje, R$ 436,2 milhões vêm do aumento previsto na revisão das estimativas de receitas líquidas e R$ 4,566 bilhões da revisão, para baixo, das projeções de gastos obrigatórios.

O governo também atualizou as estimativas para a economia em 2017. A previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) — soma das riquezas produzidas no País — passou de 0,5% para 1,1% este ano. A projeção para a inflação oficial pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) caiu de 3,2% para 2,88%.


Por causa das frustrações de receita e da demora na recuperação da economia, o Orçamento tinha sido contingenciado em R$ 44,9 bilhões no fim de julho. Em setembro, depois da sanção da lei que aumentou de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões a meta de déficit primário (resultado negativo das contas do governo sem os juros da dívida pública) deste ano, o governo liberou R$ 12,8 bilhões, reduzindo o total bloqueado para R$ 32,1 bilhões.

Em novembro, a equipe econômica tinha liberado mais R$ 7,5 bilhões, o que diminuiu o volume contingenciado para R$ 24,6 bilhões. Na ocasião, o Executivo informou que a liberação se deu pela expectativa maior de receita, que tinha subido R$ 4,9 bilhões em relação ao último levantamento, e pela previsão de gastar R$ 2,5 bilhões a menos com despesas obrigatórias.


Cortes

Por causa do contingenciamento necessário para cumprir a meta fiscal de déficit primário de R$ 159 bilhões, diversos órgãos federais passaram por dificuldades ao longo do ano. Em julho, as emissões de passaportes pela Polícia Federal ficaram suspensas por quase um mês. Já a Polícia Rodoviária Federal reduziu o patrulhamento e diversas universidades federais anunciaram falta de verbas para executarem o orçamento.

No fim de julho, o governo tinha remanejado R$ 2,2 bilhões do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para outros órgãos e áreas considerados essenciais — como a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, agências do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), o sistema de controle do espaço aéreo e o combate ao trabalho escravo.

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