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Juros do cartão de crédito recuam em setembro, mas nível é o maior para o mês desde 2016

Taxa do cheque especial, segunda linha de crédito mais cara, subiu e chegou a 141% ao ano, segundo o Banco Central

Economia|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A taxa média de juros do rotativo do cartão de crédito recuou para 443,3% ao ano em setembro, mas é a maior para o mês desde 2016.
  • Uma dívida de R$ 800 no cartão pode crescer para R$ 4.346,40 após um ano sem pagamento.
  • Os juros do cheque especial subiram para 141% ao ano, com uma dívida de R$ 800 aumentando para R$ 1.928 após um ano.
  • O empréstimo consignado, com taxas de 26,8% ao ano, é uma alternativa para evitar os altos juros do cartão e cheque especial.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Juros do rotativo do cartão de crédito chegaram a 443,3% em setembro Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo

A taxa média de juros do rotativo do cartão de crédito voltou a recuar e chegou a 443,3% ao ano em setembro. O patamar é o maior para mês desde 2016, quando chegou a 491,3% ao ano. O indicador teve queda de 4,6 pontos percentuais em relação a agosto, quando a taxa era de 447,9% ao ano.

A informação consta nas Estatísticas Monetárias e de Crédito, divulgadas nesta quarta-feira (29) pelo Banco Central.


Na prática, isso significa que qualquer dívida no cartão de crédito feita há um ano cresce cinco vezes se o consumidor não pagar a fatura no dia do vencimento.

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Por exemplo, o consumidor que devia R$ 800 em setembro do ano passado precisa desembolsar um adicional de R$ 3.546,40 para quitar o saldo devedor com a instituição financeira após um ano, totalizando uma dívida de R$ 4.346,40.


Apesar da alta dos juros, em dezembro de 2023, o Conselho Monetário Nacional determinou um limite de 100% para as taxas de juros do rotativo após o Congresso Nacional aprovar uma lei com essa regra.

A decisão entrou em vigor no ano passado e vale para as dívidas contraídas a partir de janeiro. Sendo assim, com a nova norma, se a dívida for de R$ 200, por exemplo, o valor total, com a cobrança de juros e encargos, não poderá exceder R$ 400.


As taxas apresentadas pelo BC podem sugerir, portanto, que os bancos estejam descumprindo a lei, mas o que acontece é apenas um registro estatístico. Para chegar às taxas anuais, a autoridade monetária extrapola o juro cobrado ao mês pela instituição financeira para o ano.

Essa taxa, porém, nem sempre é efetivada porque, geralmente, são apenas por alguns dias ou semanas que o consumidor fica “pendurado” no cartão, que costuma ter as taxas mais elevadas.


O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, explicou que a instituição não pretende descontinuar essa série histórica porque ela ainda serve como referência para mostrar a velocidade de aumento ou redução dos juros e também porque é um dos componentes para se chegar à taxa cobrada pelo sistema como um todo.

Cheque especial

O cheque especial, segunda linha de crédito mais cara disponível no mercado, que está embutida na conta-corrente dos brasileiros, subiu em setembro. Os juros médios chegaram a 141% ao ano, 2,8 pontos percentuais a mais do que o registrado em agosto.

No cheque especial, uma dívida de R$ 800 mantida por um ano sem pagamento salta para R$ 1.928.

Crédito consignado

Para driblar os índices das modalidades com as maiores taxas de juros do mercado, os consumidores podem aderir ao empréstimo consignado, que oferece desconto direto na folha de pagamento.

A taxa da linha de crédito subiu 0,1 ponto percentual em setembro e figura em 26,8% ao ano, a maior para o mês desde 2017, quando registrou 27%.

Dentro do consignado, as taxas variam entre os grupos de profissionais, com a menor delas cobrada aos beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), 24% ao ano.

Para os servidores públicos e trabalhadores do setor privado, as cobranças figuram em, respectivamente, 24,4% e 58,4% ao ano.

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