Responsáveis por 1.257 perfis nas principais redes sociais, os influenciadores especializados em finanças pessoais atingiram 165,7 milhões de seguidores no segundo semestre do ano passado. O número representa um crescimento de 76% na comparação com os seis meses anteriores. No mesmo período, a quantidade de pessoas que atuam como influenciadores financeiros no país mais que dobrou, passando de 255 para 515 (+102%), de acordo com dados da quarta edição do levantamento produzido pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), em parceria com o IBPAD (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados). Segundo o estudo, os influenciadores somam 1.489 interações médias (medidas por curtidas, compartilhamentos e comentários) no segundo semestre de 2022, alta de 10% na comparação com os meses anteriores. Juntos, eles produziram 276,8 mil publicações, 47,2% a mais do que no primeiro semestre. Amanda Brum, gerente-executiva de comunicação, marketing e relacionamento com associados da Anbima, afirma que o estudo é resultado de uma varredura mais recorrente das redes sociais, em busca de perfis novos ou que começaram a ganhar relevância. "Os dados trouxeram o que esperávamos: não houve mudança significativa entre os finfluencers grandes, mas o boom de pequenos e médios players ampliou significativamente a nossa base", analisa. Por permitir postagens curtas e atualização em tempo real, o Twitter, embora tenha perdido espaço, segue como a rede preferida dos influenciadores, concentrando 52,3% das publicações no segundo semestre de 2022, contra 66,2% nos seis meses anteriores. Na sequência aparecem o Instagram (18,1%), o Facebook (16,9%) e o YouTube (12,6%). Apesar de ser a rede menos usada pelos influenciadores, o YouTube manteve a liderança em engajamento, com média de 3.896 interações por publicação, queda de 32% em relação à edição anterior da pesquisa. O Facebook, por sua vez, perdeu 65,3% em média de interações, ao contrário de Instagram, que registrou alta de 26%, e do Twitter, com aumento de 60%. Entre os principais assuntos abordados pelos finfluencers, as eleições presidenciais de outubro no Brasil nortearam 11,1% das publicações. O tema ficou atrás apenas dos posts referentes ao mercado de ações e criptomoedas. Amanda afirma que o aumento das publicações e interações em postagens sobre política brasileira já era esperado. Ela explica que o período de monitoramento coincidiu com as eleições presidenciais. "A expectativa é que esse movimento ainda apareça na quinta edição, que abrange os seis primeiros meses da nova administração. No entanto, a tendência é que a partir do sexto FInfluence, o tema volte aos patamares das três primeiras edições”, prevê a gerente-executiva da Anbima.