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Pandemia faz educação perder 72.205 empregos em um ano

Foi o segundo setor que mais registrou demissões com o impacto das restrições por causa da covid-19

Economia|Do R7

Colégio Santa Maria, que montou carteiras com proteção de acrílico, passa por higienização
Colégio Santa Maria, que montou carteiras com proteção de acrílico, passa por higienização Colégio Santa Maria, que montou carteiras com proteção de acrílico, passa por higienização

Com as escolas fechadas há dez meses por causa da pandemia de coronavírus, o setor de educação demitiu 72.205 trabalhadores em 2020. Apesar de o Brasil ter fechado o ano com criação de mais de 142 mil vagas formais, o segmento registrou saldo negativo. Foram afetados principalmente trabalhadores que atuam nos ensinos infantil e fundamental, que tiveram o maior impacto com as medidas de restrição para evitar a covid-19.

Leia também: Vagas para jovens garantem saldo positivo do emprego com carteira

Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados na quinta-feira (28), a educação foi o segundo setor que mais demitiu trabalhadores com carteira assinada no acumulado do ano passado. Ficou atrás apenas de alojamento e alimentação, que incluem hotéis, bares e restaurantes, com 227.896 demissões. Este segmento, que faz parte de serviços, demou a voltar e ainda enfrenta desafios.

O mês de dezembro, que costuma tradicionalmente apresentar mais desligamentos do que contratações, concentrou a maior parte das demissões na educação no país, com 42.024. Só no estado de São Paulo foram 17.496 profissionais dispensados. O saldo negativo do setor de educação acabou influenciando também o de serviços em dezembro, segundo o secretário de Trabalho, do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo.

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"Como o setor de educação não reabriu ao longo do ano, as prefeituras optaram por manter as escolas fechadas na sua maioria ou por uma redução muito expressiva, somado ao fato de que o final do ano também é fortemente negativo por causa do encerramento letivo, entrada de férias e substituição de professores", explicou o Dalcolmo, em entrevista coletiva.

A educação infantil teve o maior impacto nos números de demissões, onde houve uma perda de até 30% dos alunos, segundo o Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo). "Já era esperado que a gente tivesse um número bastante grande de demissões na educação infantil, enquanto não tivermos as aulas regularizadas", afirma Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do sindicato.

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"Os pais que tiraram os alunos e nem matricularam em outra escola%2C até porque não tinha nenhuma aberta. No ensino básico houve uma movimentação%2C mas é na própria rede. Às vezes%2C sai de uma escola mais cara para uma mais barata ou não foi bem nas aulas oline e o pai decide trocar."

(Benjamin Ribeiro, presidente do Sieeesp)

A expectativa, segundo Ribeiro, é que as famílias voltem a matricular seus filhos com a retomada das aulas presenciais. "Quem está acostumado na escola particular não procura só pela qualidade de ensino, mas também pela segurança. Então acredito que voltando as aulas essas pessoas voltarão para a rede. O Brasil é único país do mundo que está há 40 semanas sem aula presencial e criança precisa da escola", avalia.

Volta às aulas na Justiça

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Em São Paulo, a reabertura dos colégios da rede privada está autorizada a partir desta segunda-feira, 1º de fevereiro, e, nas escolas estaduais, o retorno foi adiado para o dia 8. Nos colégios municipais, a data prevista para a volta dos alunos é 15 de fevereiro.

Mas, na quinta-feira (28), uma decisão da Justiça de São Paulo suspendeu a retomada das aulas presenciais. No dia seguinte, uma nova decisão liminar vetou apenas a volta às aulas da educação infantil na rede pública da cidade de São Paulo. O restante do estado e as escolas particulares de educação infantil da capital paulista permanecem com sinal verde para o retorno.

No país, outros 12 estados ainda vivem impasse e não definiram se a retomada das aulas será presencial ou de forma remota entre fevereiro e março. Educadores defendem o retorno às atividades, argumentando que o longo período de afastamento traz prejuízos socioemocionais e de aprendizagem, principalmente aos mais vulneráveis, enquanto professores resistem retornar por temerem contaminação. 

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