Preço do dólar aumenta pelo sexto dia consecutivo e chega a R$ 3,74
Moeda norte-americana chegou a R$ 3,77 nesta sexta-feira (18) e especialistas dizem que caminho está "livre" para chegar a R$ 3,80
Economia|, com R7
O dólar estava R$ 3,74 às 10h40 desta sexta-feira (18). A moeda atingiu o pico de R$ 3,77 por volta das 10h10, marcando o sexto dia consecutivo de altas da moeda.
"O dólar vai continuar subindo aqui enquanto lá fora a moeda não acalmar", destacou um gestor de derivativos de uma corretora local explicando que após romper a resistência de R$ 3,73, o caminho está livre para buscar os R$ 3,80.
Nesta sexta-feira, o dólar seguia em alta ante a cesta de moedas e acima da marca de 93, impulsionado pelo avanço dos rendimentos dos Treasuries de 10 anos. Os investidores apostam que a taxa de juros dos EUA precisará subir ainda mais para conter a inflação. Desta forma, muitos investidores estão desmontando posições vendidas contra a moeda norte-americana.
A alta do dólar também era influenciada pela fraqueza do euro, que se encaminhava para sua quinta queda semanal consecutiva contra a moeda norte-americana por causa das incertezas políticas na Itália.
O dólar subia ante as divisas de países emergentes e exportadores de commodities, como a lira turca e o peso chileno.
Internamente, apesar da forte valorização da moeda norte-americanas nos últimos dias, que ajudou o Banco Central a se decidir por manter a Selic em 6,50% ao ano no seu encontro de política monetária desta semana, a autoridade monetária não promoveu mudanças em sua política de swaps.
"Uma atuação mais firme por parte do Banco Central poderia contribuir para aliviar a pressão no câmbio", acredita o gestor citado acima.
Nesta sessão, o BC já vendeu os 5 mil novos contratos de swaps cambiais tradicionais --equivalentes à venda futura de dólares --, totalizando 1,250 bilhão de dólares em cinco dias de leilões.
O BC ainda realizará leilão de até 4.225 contratos de swaps para rolagem do vencimento de junho no total de 5,650 bilhões de dólares. Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, o BC terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem.
"O discurso do BC de que o movimento do dólar está alinhado ao exterior tem um limite. Seria prudente atuar (com mais firmeza) para conter a volatilidade. O movimento de alta do dólar está muito rápido", avaliou o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado.