Seis em cada dez contratações em bares e restaurantes foram de jovens entre 18 e 24 anos
Levantamento da Abrasel mostra que setor de alimentação fora de casa emprega 4,79 milhões de trabalhadores
Economia|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

Uma pesquisa realizada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) em parceria com a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) revelou que seis em cada dez contratações no setor foram de jovens entre 18 e 24 anos. Os dados, referentes ao ano de 2024, baseiam-se no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Ao todo, o setor de alimentação fora de casa emprega 4,79 milhões de pessoas. O estudo também destaca que quase metade dos funcionários do setor formal são mulheres (saiba mais a seguir).
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Ainda segundo a pesquisa FGV-Abrasel, a idade média dos trabalhadores do setor é de 34 anos. Esse índice pode ser explicado pelo aumento de trabalhadores com mais de 40 anos. Em novembro do ano passado, mais de 2.500 pessoas foram contratadas com vínculo formal, o que representa um aumento de 55% em relação a novembro de 2024.
No entanto, o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci, chama a atenção para o trabalho informal no setor, que corresponde a 41%. Para ele, os resultados mostram a importância do segmento na geração de empregos, mas também evidenciam desafios estruturais.
“O setor de alimentação fora do lar é a porta de entrada para milhões de brasileiros no mercado de trabalho, especialmente para os jovens. Ver a diversidade aumentar, além da inclusão de pessoas acima de 40 anos, é uma conquista importante que reforça o papel social dos bares e restaurantes. No entanto, precisamos enfrentar a alta taxa de informalidade, que ainda atinge 41% dos trabalhadores”, afirmou.
Perfil
O estudo mostrou que as mulheres representam 49% da mão de obra, um aumento de dois pontos percentuais em comparação com 2017. No entanto, esse número refere-se a trabalhadores sem vínculo formal, o que evidencia a preocupação dos representantes do setor.
Outro dado que chama a atenção é o percentual de negros e pardos trabalhando no setor de alimentação fora do lar. Em 2017, representavam 58%, e em 2024, esse número alcançou 63%. A média de escolaridade (em anos de estudo) também cresceu: entre 2017 e 2024, passou de 10,2 para 10,7.
“Também precisamos fortalecer o trabalho intermitente, que é um sucesso nos países mais desenvolvidos e tem grande potencial de ser adotado aqui. Ele traz vantagens tanto para as empresas quanto para certos perfis de trabalhadores, como os mais jovens, que desejam trabalhar e estudar”, finaliza.