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Seis estados devem perder mais de R$ 1 bi com tarifa dos EUA; Ceará lidera em dependência

Maiores prejuízos em valor absoluto estão concentrados nas regiões Sudeste e Sul

Economia|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • O Ceará é o estado brasileiro mais dependente do mercado dos EUA, com 44,9% das exportações destinadas a esse país.
  • A nova tarifa de 50%, imposta pelos EUA, deve causar um prejuízo total de R$ 19 bilhões ao Brasil, afetando principalmente bens industrializados.
  • Seis estados brasileiros enfrentarão perdas financeiras superiores a R$ 1 bilhão.
  • A CNI alerta que as tarifas poderão desorganizar cadeias produtivas e aumentar preços no mercado interno, além de comprometer a competitividade industrial.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Ceará lidera em dependência
Ceará lidera em dependência Vosmar Rosa/MPOR - Arquivo

O Ceará é hoje o estado brasileiro com maior dependência do mercado norte-americano. De acordo com levantamento divulgado na terça-feira (29) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), 44,9% das exportações cearenses em 2024 tiveram como destino os Estados Unidos.

Em seguida, aparecem Espírito Santo (28,6%), Paraíba (21,6%) e Sergipe (17,1%), estados que também devem sofrer com a nova tarifa de 50% imposta pelo governo do presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros — medida que começa a valer na sexta-feira (1°). A estimativa da CNI é de que o Brasil tenha prejuízos de ao menos R$ 19 bilhões com a taxação extra, principalmente sobre bens industrializados.


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Impacto bilionário para seis estados

Embora os estados mais dependentes tenham economias menores, os maiores prejuízos em valor absoluto estão concentrados nas regiões Sudeste e Sul, que possuem cadeias industriais mais desenvolvidas e exportações mais volumosas.

Veja os seis estados com impacto financeiro superior a R$ 1 bilhão:


  • São Paulo – R$ 4,4 bilhões
  • Paraná – R$ 1,91 bilhão
  • Rio Grande do Sul – R$ 1,9 bilhão
  • Santa Catarina – R$ 1,7 bilhão
  • Minas Gerais – R$ 1,66 bilhão
  • Amazonas – R$ 1,1 bilhão

Já nos estados mais dependentes, o impacto proporcional é elevado, ainda que os valores totais sejam menores:

  • Espírito Santo – R$ 605 milhões
  • Ceará – R$ 190 milhões
  • Paraíba – R$ 101 milhões

Setores mais atingidos

Segundo a CNI, 78,2% das exportações brasileiras aos Estados Unidos são de bens industrializados, que agora serão os mais atingidos pelo tarifaço. Os principais produtos afetados incluem:


  • Óleos brutos de petróleo
  • Ferro-gusa e semiacabados de ferro e aço
  • Aeronaves
  • Carnes bovinas congeladas
  • Café não torrado
  • Celulose
  • Calçados
  • Açúcar

O presidente da CNI, Ricardo Alban, classificou a medida como “expressiva e injustificável”. Segundo ele, “as tarifas penalizam setores estratégicos da economia, com risco de cortes em pedidos, perda de competitividade e possíveis demissões no setor industrial.”

Recomendações da CNI

Para mitigar os efeitos da medida norte-americana, a Confederação recomenda que o governo brasileiro:


  • Intensifique o diálogo bilateral com os EUA
  • Diversifique os mercados de exportação
  • Implemente medidas emergenciais de apoio aos setores atingidos
  • Ofereça linhas de crédito e financiamento
  • Estimule a agregação de valor nas cadeias produtivas
  • Amplie prazos de adaptação às novas condições comerciais

A CNI avalia que, além dos impactos diretos nas exportações, a tarifa de 50% pode gerar efeitos em cascata, com aumento de preços no mercado interno e desorganização de cadeias produtivas integradas. O cenário também coloca o Brasil em alerta quanto à necessidade de proteger sua posição nas cadeias globais de valor e buscar novos acordos comerciais.

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