Seis estados devem perder mais de R$ 1 bi com tarifa dos EUA; Ceará lidera em dependência
Maiores prejuízos em valor absoluto estão concentrados nas regiões Sudeste e Sul
Economia|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília
RESUMO DA NOTÍCIA
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O Ceará é hoje o estado brasileiro com maior dependência do mercado norte-americano. De acordo com levantamento divulgado na terça-feira (29) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), 44,9% das exportações cearenses em 2024 tiveram como destino os Estados Unidos.
Em seguida, aparecem Espírito Santo (28,6%), Paraíba (21,6%) e Sergipe (17,1%), estados que também devem sofrer com a nova tarifa de 50% imposta pelo governo do presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros — medida que começa a valer na sexta-feira (1°). A estimativa da CNI é de que o Brasil tenha prejuízos de ao menos R$ 19 bilhões com a taxação extra, principalmente sobre bens industrializados.
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Impacto bilionário para seis estados
Embora os estados mais dependentes tenham economias menores, os maiores prejuízos em valor absoluto estão concentrados nas regiões Sudeste e Sul, que possuem cadeias industriais mais desenvolvidas e exportações mais volumosas.
Veja os seis estados com impacto financeiro superior a R$ 1 bilhão:
- São Paulo – R$ 4,4 bilhões
- Paraná – R$ 1,91 bilhão
- Rio Grande do Sul – R$ 1,9 bilhão
- Santa Catarina – R$ 1,7 bilhão
- Minas Gerais – R$ 1,66 bilhão
- Amazonas – R$ 1,1 bilhão
Já nos estados mais dependentes, o impacto proporcional é elevado, ainda que os valores totais sejam menores:
- Espírito Santo – R$ 605 milhões
- Ceará – R$ 190 milhões
- Paraíba – R$ 101 milhões
Setores mais atingidos
Segundo a CNI, 78,2% das exportações brasileiras aos Estados Unidos são de bens industrializados, que agora serão os mais atingidos pelo tarifaço. Os principais produtos afetados incluem:
- Óleos brutos de petróleo
- Ferro-gusa e semiacabados de ferro e aço
- Aeronaves
- Carnes bovinas congeladas
- Café não torrado
- Celulose
- Calçados
- Açúcar
O presidente da CNI, Ricardo Alban, classificou a medida como “expressiva e injustificável”. Segundo ele, “as tarifas penalizam setores estratégicos da economia, com risco de cortes em pedidos, perda de competitividade e possíveis demissões no setor industrial.”
Recomendações da CNI
Para mitigar os efeitos da medida norte-americana, a Confederação recomenda que o governo brasileiro:
- Intensifique o diálogo bilateral com os EUA
- Diversifique os mercados de exportação
- Implemente medidas emergenciais de apoio aos setores atingidos
- Ofereça linhas de crédito e financiamento
- Estimule a agregação de valor nas cadeias produtivas
- Amplie prazos de adaptação às novas condições comerciais
A CNI avalia que, além dos impactos diretos nas exportações, a tarifa de 50% pode gerar efeitos em cascata, com aumento de preços no mercado interno e desorganização de cadeias produtivas integradas. O cenário também coloca o Brasil em alerta quanto à necessidade de proteger sua posição nas cadeias globais de valor e buscar novos acordos comerciais.
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