Um dia antes de assembleia, presidente da Oi defende fusão com Portugal Tel
Economia|Do R7
Por Luciana Bruno
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Um dia antes da assembleia de acionistas que decidirá o futuro da proposta de fusão Oi com a Portugal Telecom, o presidente da companhia brasileira, Zeinal Bava, saiu em defesa da operação que reduzirá dívida de controladores e apoiará as finanças do grupo.
"O que posso dizer é que nós acreditamos que a fusão tem quatro vantagens e que os acionistas devem aproveitar o tempo disponível para decidir amanhã o que acharem que é correto", disse Bava durante evento da Oi sobre canais de TV paga.
Bava lembrou que, com a operação, a Oi irá para o segmento Novo Mercado da BM&FBovespa, o que simplificará sua estrutura de capital, tendo apenas uma classe de ações.
"A segunda (vantagem) é que a governança da empresa vai mudar substancialmente", declarou, completando que a fusão tem potencial de criar sinergias de 5,5 bilhões de reais, sendo 3,3 bilhões de reais em sinergias operacionais e 2,2 bilhões de reais em sinergias financeiras.
De acordo com o executivo, a quarta vantagem é poder capitalizar a Oi e com isso "trabalhar para reduzir a alavancagem e o risco financeiro". A companhia terminou 2013 com dívida líquida de 30 bilhões de reais.
"Vamos respeitar a decisão dos acionistas, seja ela qual for, e trabalhar para fazer da Oi/PT uma empresa de referência não só no Brasil como no mundo", declarou.
Nesta quarta-feira, as ações da Oi desabavam cerca de 10 por cento, após a Comissão de Valores Mobiliários ter decidido na véspera deixar que os controladores da companhia votem na assembleia apesar de queixas de acionistas minoritários.
Os acionistas da Oi se reunirão em assembleia na quinta-feira para votar o aumento de capital de 8 a 14 bilhões de reais da empresa, primeira etapa para a fusão com a operadora portuguesa anunciada em outubro passado.
Na véspera, acionistas da Telemar Participações, controladora da Oi, aprovaram emissão privada de 3,428 bilhões de reais em debêntures conversíveis em ações ordinárias. Os recursos serão usados para liquidação do endividamento da empresa, de cerca de 3 bilhões de reais. Os recursos obtidos serão destinados à liquidação do endividamento da empresa e ao resgate antecipado da totalidade das ações preferenciais de emissão da companhia.