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Veja opções de negócios para abrir com R$ 500 liberados do FGTS

Empresas como Airbnb, por exemplo, custaram menos de R$ 500. Setor de serviços é o que oferece mais oportunidades para quem quer empreender

Economia|Márcia Rodrigues, do R7

Mais de 106 milhões de trabalhadores têm direito ao saque do FGTS
Mais de 106 milhões de trabalhadores têm direito ao saque do FGTS

Está pensando em iniciar o seu próprio negócio com o dinheiro do saque do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço)? Mais de 106 milhões de trabalhadores têm direito ao saque das contas ativas e inativas do Fundo, segundo a Caixa.

Leia mais: Tire 35 dúvidas sobre o saque de R$ 500 do FGTS que começa nesta sexta

Tânia: criatividade é mais importante do que capital
Tânia: criatividade é mais importante do que capital

O valor de R$ 500 pode parecer pouco para a empreitada, mas especialistas afirmam que é possível sim abrir uma empresa com este montante e alçar voos mais altos ainda este ano.

“As ideias que dão origem às startups não têm um valor primário. Vale mais o talento para desenvolver alguma solução para resolver um problema de forma diferente, do que o valor que se tem para investir”, diz Tânia Gomes Luz, vice-presidente da Abstartups (Associação de Brasileira de Startups).


Airbnb começou com três colchões de ar inflados na sala

Tânia lembra a história da Airbnb, plataforma de serviço online comunitário de hospedagem, que começou pela ousadia e criatividade de dois jovens recém-formados em design, que estavam sem dinheiro para pagar o aluguel.

Brian Chesky e Joe Gebbia descobriram que haveria uma conferência de designers na cidade onde moravam, em São Francisco, nos Estados Unidos, e que todos os hotéis estavam lotados. Decidiram, então, tirar três colchões de ar do armário, inflá-los, oferecer hospedagem e cobrar pelo serviço.


A ideia, inicialmente criada para esticar o dinheiro até o fim do mês, resultou numa empresa que, atualmente, tem valor de mercado estimado em US$ 31 bilhões.

Setor de serviços oferece maior gama de oportunidades

Romão: capacitação ajuda a escolher melhor caminho
Romão: capacitação ajuda a escolher melhor caminho

Henrique Romão, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo), aposta mais no setor de serviços do que no comércio ou indústria para iniciar um negócio com o investimento de até R$ 500.


Criatividade é a palavra de ordem para iniciar um negócio com poucos recursos, e o setor de serviços é o mais favorável por exigir menor investimento e poder permitir ao empreendedor explorar um talento natural, diz o especialista.

“Se o negócio exigir apenas a mão de obra da pessoa%2C o dinheiro poderá ser usado para divulgar o trabalho e atrair os primeiros clientes.”

Entre os materiais de divulgação estão: panfleto, cartão de visita e site.

O especialista cita algumas opções de serviços que são possíveis iniciar em casa e com pouco dinheiro:

Culinária

Se você gosta de cozinhar, uma boa dica é investir na produção de brigadeiros ou de outros doces. Com R$ 500 dá para comprar insumos e pequenos equipamentos para iniciar a confecção e partir para as vendas.

Fotografia

Você é daquelas pessoas que não saem de casa sem uma câmera fotográfica para registrar todos os momentos em família e com os amigos? Já pensou em transformar a sua paixão em um negócio?

O dinheiro do saque do FGTS pode ser utilizado para criar panfletos, cartões de visita e um site para divulgar o seu trabalho.

Leia também: FGTS: pagar dívida é prioridade, mas há opção para investir

Aqueles favores que os amigos pedem para você fotografar o aniversário do filho ou uma festinha em família podem começar a render um dinheirinho e virar o seu negócio principal.

Aula particular

Tem domínio de um outro idioma, toca algum instrumento musical ou domina planilhas de Excel ou programação?

Você pode explorar o seu lado professoral e começar a dar aulas particulares. Faça um plano de negócio e inicie a divulgação!

Passeador e cuidador de animais

Existem quase 140 milhões de animais de estimação no país, segundo a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação). Por trás deles, donos apaixonados pelos seus bichinhos.

Gosta de animais e tem um espaço em casa para receber visitas eventuais? Já pensou em oferecer serviço de passeador de cães e de hospedagem para fins de semana, feriados ou outros dias que estiver disponível?

Serviços de reparos, jardinagem e pintura

Algumas atividades exigem mais aptidão pessoal do que dinheiro. Se você tem um lado “faz tudo” e domina a área de reparos em geral, jardinagem e pintura, pode ser uma boa começar um negócio nesse segmento.

Com o dinheiro do saque do FGTS, você pode comprar pequenos equipamentos e imprimir material para divulgar o seu trabalho.

Maquiagem, barbearia e estética

Se você tem formação na área de estética e estava buscando uma oportunidade para iniciar o seu negócio, pode ser uma boa usar o saque do FGTS para isso.

É uma das áreas que mais oferece oportunidades para os empreendedores, segundo Romão.

Vendas online

Tânia aposta no e-commerce como uma boa alternativa para começar ou expandir um negócio.

“Há plataforma de comércio eletrônico gratuita%2C que não exige investimento inicial e permite ao empreendedor vender para o Brasil inteiro. ”

Para ela, qualquer que seja a decisão de negócio, o empreendedor precisa considerar a venda online por facilitar a abrangência do seu negócio.

“Tive um e-commerce que vendia sapatos durante três anos e, mesmo com muitos concorrestes, obtive muito sucesso. É uma área que dá muita visibilidade e retorno.”

Romão acredita, no entanto, que o e-commerce exige mais atenção do empreendedor que deseja abrir um negócio, do que o setor de serviços.

“Ele precisa avaliar a divulgação e o estoque inicial necessário para iniciar o negócio. O cálculo errado do estoque pode comprometer o pouco dinheiro disponível, caso as vendas demorem para serem efetivadas. Com isso, o negócio não vai oferecer o giro rápido que ele espera. ”

Pequenos negócios podem ser formalizados no MEI

A maioria dos micro e pequenos negócios pode ser formalizada por meio do MEI (microempreendedor individual). Uma empresa legalizada passa a ter, por exemplo:

• CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica);

• Autorização para participar de processos de licitação (por ter CNPJ)

• Alvará de funcionamento;

• Acesso a financiamentos bancários;

• Benefícios sociais, como aposentadoria por idade e licença-maternidade;

• Emissão de nota fiscal, o que permite ao empreendedor comprar insumos mais baratos diretamente dos fornecedores, por exemplo;

• Ter um faturamento anual de até R$ 81 mil;

• Isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL), esse empreendedor paga apenas uma taxa mensal obrigatória, que é o DAS-MEI (Documento de Arrecadação do Simples Nacional do MEI).

Os valores variam de R$ 50,90 a R$ 55,90 (depende do tipo de atividade do MEI)

• Comércio e indústria: R$ 50,90;

• Serviços: R$ 54,90;

• Comércio + serviços: R$ 55,90.

“O MEI é o estágio inicial de uma empresa e atinge, basicamente, pessoas que vão trabalhar sozinhas. E muitas delas dependem de uma aptidão. Por isso o sistema vem se mostrado uma boa alternativa para quem quer iniciar um negócio”, conta Romão.

O cadastro pode ser feito sem burocracia diretamente no Portal do Empreendedor.

Antes de iniciar o negócio, no entanto, Romão orienta o candidato a empreendedor a se capacitar.

E destaca que o Sebrae oferece cursos e consultoria gratuita para quem deseja empreender.

"É importante buscar ajuda antes de começar o negócio para saber quais são os melhores caminhos. Nem sempre o que ele quer é o melhor” diz Romão.

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