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'Aprendizagem vai muito além do currículo escolar', diz especialista

Estudiosos discutem habilidades socioemociais e, principalmente, a motivação dos estudantes em conhecer algo novo

Educação|Karla Dunder, do R7

Alunos no retorno presencial das aulas no colégio particular Rio Branco em SP
Alunos no retorno presencial das aulas no colégio particular Rio Branco em SP Alunos no retorno presencial das aulas no colégio particular Rio Branco em SP (TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO CONTEÚDO)

O desabafo de um professor chamou a atenção nas últimas semanas. No post que viralizou nas redes sociais, ele contou que se preparou para dar aula, mas nenhum aluno compareceu nem nas atividades presenciais, nem online e ele se "sentia um lixo". Para as especialistas ouvidos pelo R7, um dos desafios enfrentados no dia a dia da sala de aula é a motivação, principalmente neste momento em que as escolas precisaram recorrer ao ensino remoto e híbrido por conta da pandemia de coronavírus.

"A pandemia deixou mais evidente que a aprendizagem vai além do curriculo escolar, a questão socioemocional tem um grande impacto nos estudantes", explica Cynthia Sanches de Oliveira, do Instituto Ayrton Senna. "Neste momento, o professor enfrenta o desafio de ter uma sala de aula 'diluída', nem todos estão juntos, precisa ver se o tipo de atividade que está sendo proposta e quais as estratégias usar para reter a atenção dos alunos."

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Esse também é o tema do Seminário Internacional - Motivação: evidências para promover a aprendizagem que será realizado no dia 15 de junho. O evento contará com a presença do Príncipe Albert II de Mônaco e de Kevin McGrew, diretor do Instituto para Psicometria Aplicada, além de diversos estudiosos brasileiros. 

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"A proposta é fazer uma ponte entre a ciência e o dia a dia da educação, entender o que motiva os estudantes e como planejar ações para atingir esse objetivo", observa Cynthia. 

Para a especialista, o emocional está diretamente envolvido no processo de aprendizagem. Um estudo inédito realizado pelo Instituto Ayrton Senna em parceria com a Seduc (Secretaria de Estado da Educação) de São Paulo avaliou a percepção de alunos os últimos anos do ensino fundamental e médio da rede pública estadual para entender como esses estudantes se sentem com relação às habilidades socioemocionais.

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"Dois componentes avaliados na pesquisa são fundamentais para o processo de aprendizado: a vontade de aprender e a vontade de implentar aquilo", explica Gisele Alves, uma das responsáveis pela pesquisa no Instituto. "Justamente esses aspectos estão associados a motivação e esse ponto pode ser desenvolvido ao longo dos anos, durante a vida escolar 69% melhoraram nesse aspecto após intervenção de professores."

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"A motivação nem sempre é expontânea, precisa ser incentivada e a partir do momento que o professor tem conhecimento sobre como motivar, tornará o processo de aprendizagem mais engajador", avalia Cynthia. 

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Para a realização do estudo foram ouvidos 110.198 estudantes em novembro de 2019 — período anterior a pandemia de covid-19. A pesquisa avaliou quais as competências estão menos desenvolvidas em cada ano escolar; quais precisam ser mais trabalhadas com base na BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e, por fim, desempenho e violência escolar.

"Entendemos que a educação não é um processo massificado, mas está em acolher as diversidades e dar autonomia para que a pessoa seja capaz de aprender dentro e fora da escola ao longo de toda a vida", conclui Cynthia.

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