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Educação

Atos reúnem manifestantes em mais de 200 cidades contra cortes

Em São Paulo, estudantes, sindicalistas, professores e até crianças ocuparam a Avenida Paulista nos dois sentidos na altura do Masp 

Educação|Plínio Aguiar, do R7

Manifestação na avenida Paulista, em São Paulo, contra cortes na Educação
Manifestação na avenida Paulista, em São Paulo, contra cortes na Educação

As manifestações contra o bloqueio de bolsas de pesquisa e o corte de 30% dos recursos das universidade federais foram registradas em pelo menos 205 cidades, incluindo as capitais de todos os Estados e o Distrito Federal. Parte das escolas e universidades das redes pública e privada também aderiu às manifestações e suspenderam as aulas.

Enquanto estudantes, professores e sindicalistas protestavam nas ruas, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, participava de uma audiência no plenário da Câmara, convocada pelos deputados, para explicar os cortes de verbas.

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Em São Paulo, pelo menos 31 entidades ligadas à educação se juntaram no vão livre do MASP (Museu de Arte de São Paulo), na região central da cidade, para expressarem o descontentamento com a medida tomada pela gestão de Jair Bolsonaro (PSL). Não havia sido registrado nenhum incidente. A PM não informou o número de participantes.


Engajados em um movimento que confronta os bolsonaristas, o grupo de estudantes reinterpretou a palavra balbúrdia, usada pelo ministro para justificar os bloqueios. Estudantes gritavam “não estamos fazendo balbúrdia e, sim, ciência”. Frases como “corte na educação, não” e “fora, Bolsonaro” também foram ditas.

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Marcela Petels, de 30 anos, compareceu ao protesto acompanhada de seus dois filhos. Um deles, de sete anos, estuda na escola Municipal Amorim Lima, no Butantã, na zona oeste da capital paulista. "É importante estar aqui, porque o que esta acontecendo não é o correto", disse ela, que atua como psicóloga e professora.


Enquanto concede entrevista ao R7, seus olhos não saem do radar de seus pequenos, que juntos com demais crianças formaram um círculo, sentados, em frente ao Parque Trianon. Quem pensa que os pequenos estão alheios ao protesto, se enganou. "A gente ensina para eles, de um jeito e linguagem que eles aprendem, sobre o grave corte que ocorreu", explicou Petels.

As crianças fizeram desenhos, todos voltados a área educacional. Atitude que é aprovada pelo professor universitário Maurício Guimarães, de 38 anos. O filho dele, presente na manifestação, estuda na creche da USP (Universidade de São Paulo), afetada pelo corte federal. "Estamos em um momento em que o governo não dá importância pra área, e é preciso estarmos todos reunidos, desde crianças a adultos, pois todos iremos sofrer", comentou.


Também com o filho presente no protesto, o pesquisador e arquiteto Francisco Barros denúncia o próprio medo. "A minha profissão é pesquisar e eu vivo disso. Mas, agora, o medo domina. Não sei se vai renovar ou cancelar a minha bolsa. E aí como eu vou fazer? Dá medo", diz. "É toda essa preocupação, de certa forma, a gente tenta ensinar os filhos. Mostrar que a atitude tomada pelo governo não e benéfica, pra ninguém."

A manifestação, que começou às 14h desta quarta-feira, teve passeata até a Assembleia Legislativa de São Paulo, no Ibirapuera, zona sul de São Paulo, onde o movimento se dispersou.

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