Proibição de celulares faz oito em cada dez alunos prestarem mais atenção nas aulas, diz pesquisa
No recorte por região, o Nordeste apresentou os melhores resultados, com 87% dos alunos relatando avanços
Educação|Rafaela Soares, do R7, com informações da Agência Brasil
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Sancionada em janeiro deste ano, a lei que restringe o uso de celulares em escolas levou oito em cada dez alunos a prestarem mais atenção nas aulas.
É o que mostra pesquisa realizada pela Frente Parlamentar Mista da Educação, em parceria com o Equidade.info, iniciativa do Lemann Center da Stanford Graduate School of Education.
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O impacto é mais evidente nos anos iniciais do Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano), em que 88% dos estudantes disseram estar mais atentos às aulas. No ensino médio, 70% afirmaram perceber uma mudança positiva.
🔎 O levantamento ouviu 2.840 alunos, 348 professores e 201 gestores de escolas públicas municipais, estaduais e privadas de todas as regiões do país, entre maio e julho de 2025.
Segundo o estudo, 77% dos gestores e 65% dos professores relataram diminuição do bullying virtual nos ambientes escolares. Entre os alunos, no entanto, apenas 41% afirmaram sentir essa mudança.
A presidente do Equidade.info, Claudia Costin, destacou que os dados revelam avanços positivos no foco e na atenção dos alunos, mas também expõem desafios relacionados a tédio, ansiedade e bullying.
“Houve uma queda significativa no bullying virtual na visão dos gestores, mas é crucial ouvirmos os estudantes que ainda enfrentam o problema. Ou seja, a restrição foi positiva, mas sozinha não basta: as escolas precisam criar alternativas de interação e estratégias específicas para cada idade”, avaliou.
Tédio e ansiedade
Com a restrição dos aparelhos, surgiu um novo desafio: o tédio. De acordo com a pesquisa, 44% dos estudantes disseram sentir mais tédio nos intervalos, índice que sobe para 47% no Fundamental I, e 46% no período matutino.
Além disso, 49% dos professores relataram aumento da ansiedade entre os alunos sem o uso dos celulares.
Para o coordenador do Equidade.info e professor da Stanford Graduate School of Education, responsável pela pesquisa, Guilherme Lichand, os resultados reforçam a necessidade de estratégias diferenciadas por faixa etária e tipo de escola, além do desenvolvimento de práticas pedagógicas que mantenham os estudantes engajados e assegurem seu bem-estar.
“Os resultados confirmam que a regulação do uso de celulares trouxe ganhos importantes para o aprendizado. Mais do que limitar o uso do aparelho, a lei abre espaço para repensarmos como a escola se conecta com os alunos. O próximo passo é garantir que sua aplicação seja efetiva em todas as etapas, respeitando as particularidades de cada contexto. Assim, será possível transformar a medida em uma política duradoura, que una foco acadêmico e bem-estar dos estudantes”, afirmou.
Diferenças regionais
No recorte por região, o Nordeste apresentou os melhores resultados, com 87% dos alunos relatando avanços.
O Centro-Oeste e o Sudeste registraram os menores índices de melhora no ambiente escolar, ambos com 82%, indicando que a eficácia da medida varia de acordo com fatores regionais.
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