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Só 9% dos alunos do ensino médio aprendem o que deveriam em matemática, diz pesquisa  

DF tem o melhor desempenho; Roraima tem menos estudantes com aprendizado ideal 

Educação|Mariana Queen, do R7

Para especialista, desempenho ruim em matemática tem relação com a formação docente
Para especialista, desempenho ruim em matemática tem relação com a formação docente Para especialista, desempenho ruim em matemática tem relação com a formação docente

Somente 9% dos estudantes do 3º ano do ensino médio em escolas públicas e privadas do País aprenderam o conteúdo adequado em matemática no ano de 2013. Com relação à língua portuguesa, apenas 27% alunos assimilaram o que deveriam. Os números são menores do que os verificados em 2011, 10,3% e 29,2%, respectivamente.

As conclusões têm base em um monitoramento feito pela Ong Todos pela Educação, para exigir que todos os jovens brasileiros aprendam o conteúdo adequado com relação ao seu nível de ensino.

A instituição avaliou as notas de proficiência dos estudantes nas últimas edições da Prova Brasil e da Aneb (Avaliação Nacional da Educação Básica) em 2013 — as avaliações são aplicadas a cada dois anos. Ambas as provas compõem o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica).

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O Todos pela Educação avalia que para afirmar que os estudantes realmente aprenderam o conteúdo adequado, seria ideal que a notas médias alcançadas fossem 300 pontos em língua portuguesa e 350 em matemática.

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Priscila Cruz, diretora-executiva da instituição, explica que as pontuações indicadas não significam entendimento de conteúdos muito complexos. Ela ressalta que, segundo os patamares de desempenho acordados pelo Inep em 2006, alcançar 300 pontos na avaliação de português significa interpretar corretamente “matérias de jornais”.

— Estamos falando de aprendizagens bem básicas, um conhecimento da língua que possibilite ao jovem a interpretar algo que não é um texto simples de criança, mas também não é um texto teórico e muito acadêmico.

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Quanto à matemática, a diretora destaca que a pontuação 350 sinaliza que os estudantes sabem fazer cálculos de porcentagem e calcular bases de juros, por exemplo.

— Isso também pode ser reconhecido se um aluno entende um texto jornalístico que mostra estatísticas, porcentagens e crescimentos. São conhecimentos que permitem que o aluno vá para a próxima etapa da vida, seja essa etapa uma universidade, o mercado de trabalho, o ensino técnico ou mesmo passar a alugar uma casa.

Desempenhos estaduais

Segundo a Ong, com relação ao ensino médio, o Distrito Federal, onde 40,2% dos estudantes aprenderam o adequado, tem o melhor desempenho em língua portuguesa. O Estado com pior desempenho é o Maranhão, onde 12% dos alunos aprenderam o que é considerado ideal.

O Distrito Federal também aparece com a melhor média de pontuação em matemática — 17% dos alunos sabem o que deveriam nessa disciplina. Roraima ficou com a menor pontuação. Lá 14% dos alunos aprenderam o adequado em matemática.

Priscila destaca que, que a discrepância entre o percentual de alunos que sabe o adequado em matemática e o percentual que entende o que deveria em português é algo recorrente nos monitoramentos da Ong.

— A pré-alfabetização, e mesmo a alfabetização até o 3º ano do fundamental, é muito entendida como uma alfabetização da língua, e não como alfabetização em matemática também. Muitos professores formados em pedagogia acabam focando muito na língua e na escrita, áreas em que eles se sentem mais à vontade.

Melhorias fundamentais

No ensino fundamental, o 5º ano apresentou uma melhora. Passou de 40% de alunos com aprendizado adequando em português em 2011, para 45,1% na última avaliação, e de 36,3% em matemática, para 39,5%.

As metas previstas pelo Todos pela Educação era que 47% dos alunos dessa fase soubessem o adequado em português e 42 %, em Matemática. Porém, somente três estados atingiram essas metas desde 2007: Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Norte.

Já no 9º ano, o percentual de alunos com aprendizado adequado em 2013 foi de 28,7% em português, acima do verificado em 2011 (27%). Em matemática, porém, o indicador ficou inferior ao do ano anterior, de 16,9% foi para 16,4%.

Avaliações

A primeira aplicação do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) foi feita em 1990. O sistema tem como principal objetivo avaliar a educação básica brasileira e contribuir para a melhoria de sua qualidade e para a universalização do acesso à escola.

O Saeb é composto por três avaliações externas em larga escala: a Prova Brasil, criada em 2005 e aplicada a cada dois anos a alunos do 5º e 9º anos do ensino fundamental; a Aneb (Avaliação Nacional da Educação Básica), que abrange, de maneira amostral, alunos das redes públicas e privadas matriculados no 5º e 9º anos do ensino fundamental e no 3º ano do ensino médio; e a ANA (Avaliação Nacional da Alfabetização), avaliação censitária aplicada aos alunos do 3º ano do ensino fundamental das escolas públicas.

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