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Educação

Uma em cada 7 escolas em SP tem sala superlotada

Rede municipal tem ao menos 579 escolas superlotadas

Educação|Do R7

Na rede estadual, as classes com lotação acima do permitido estão concentradas nos anos iniciais do ensino fundamental
Na rede estadual, as classes com lotação acima do permitido estão concentradas nos anos iniciais do ensino fundamental

A rede pública de ensino paulistana tem ao menos 669 escolas com alguma sala superlotada, ou 16% (1 em cada 7) das 4,2 mil unidades sob o comando da Prefeitura e do governo do Estado. Isso considerando o limite dado pelas próprias secretarias da área, que varia entre 29 e 44 estudantes por turma.

Só a rede municipal tem ao menos 579 escolas superlotadas, ou seja, com 10% de alunos acima de sua capacidade. O número representa cerca de 18% das 3,2 mil escolas da cidade, entre educação infantil, ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Nas escolas estaduais da capital, o problema se estende a 90 unidades, de um total de 1.057 (8,5%).

Na rede municipal, a grande concentração de classes com lotação acima do permitido está na educação infantil, principalmente na pré-escola (para crianças de 4 e 5 anos). Em algumas regiões, como Pirituba, na zona norte, mais da metade (59,3%) das 467 classes estão superlotadas. Na região de Penha, na zona leste, são 58,3% das 480 com superlotação. Ao menos 6 das 13 diretorias de ensino têm escolas lotadas nesta etapa (Jaçanã-Tremembé, Penha, Pirituba, Santo Amaro, São Mateus e São Miguel). A gestão Haddad apressou a inclusão de crianças na pré-escola para tentar cumprir uma emenda constitucional de 2009 que prevê que o déficit na etapa deve ser zerado até 2016. Além das classes lotadas, cerca de 11 mil alunos de 4 e 5 anos hoje estudam em creches (CEI), que são voltadas aos menores (de 0 a 3 anos). Mesmo assim, até setembro, havia 2 mil crianças de pré-escola na fila por uma vaga.

Em menor número, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) tem 261 classes acima do permitido em sete diretorias de ensino (14,7%) e, no ensino fundamental, são 331 turmas em oito diretorias (2,3%). O teto municipal por etapa de ensino varia de 29 a 35 alunos por educador. Para configurar sala lotada, a Prefeitura adota informalmente número de estudantes 10% acima dos valores.


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Estado


Na rede estadual, as classes com lotação acima do permitido estão concentradas nos anos iniciais do ensino fundamental (446) e nos finais (139). O ensino médio, ciclo em que o índice de evasão escolar é maior, tem 39 classes superlotadas. A maioria fica em área de manancial (mais informações nesta página). É a primeira vez que a Secretaria Estadual da Educação divulga esses dados.

Desde fevereiro, a pasta afrouxou as regras que estabeleciam 30 alunos por turma nos anos iniciais do ensino fundamental (1.º ao 5.º ano), 35 nos anos finais (6.º ao 9.º ano) e 40 no ensino médio, permitindo um acréscimo de até 10%.


A superlotação de salas na capital paulista é alvo de inquérito do Ministério Público Estadual de São Paulo (MPE), que, desde 2011, recolhe reclamações. "Temos feito o caminho extrajudicial. Conforme chegam novas notícias, cobramos a diretoria de ensino ou a secretaria por soluções", disse o promotor João Paulo Faustinoni. Neste ano, pelo menos duas diretorias de ensino da região sul da cidade já cobraram a ampliação de seus espaços e a construção de mais escolas no entorno.

Excepcionais

A Secretaria Estadual da Educação afirma que os casos apurados pela reportagem são "excepcionais" e, por ficarem em áreas de mananciais e de regularização fundiária, não é possível construir novas unidades. A pasta diz ainda que há casos em que foi necessário matricular mais estudantes em um mesmo local por determinações judiciais e por preferência das famílias. Destacou ter investido R$ 49,4 milhões na construção de sete novas unidades nos últimos cinco anos, além de ampliar 13 unidades.

Já o chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Educação (SME), Marcos Rogério, diz que não há superlotação. "Em regiões de alta demanda há casos em que existe mais crianças do que o módulo, mas a média da cidade é de 31 crianças por salas nas Emeis (Escola Municipal de Educação Infantil), ao passo que a nossa portaria fala em 29." Ele destacou que em nenhuma escola há mais de 35 por sala, número que a secretaria entende como "intransponível" e disse que o módulo é "um parâmetro que se persegue". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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