Bolsonaro aciona o TSE após Lula comparar atos do 7 de Setembro à Ku Klux Klan
Petista disse que manifestações das quais o presidente participou no feriado pareciam reunião da organização racista
Eleições 2022|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
A campanha do presidente Jair Bolsonaro entrou com uma ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), nesta sexta-feira (9), que pede à Corte que determine a exclusão de vídeos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na internet.
O pedido refere-se a gravações que mostram o petista comparando as manifestações do feriado da Independência, na última quarta-feira (7), a uma reunião da Ku Klux Klan, organização que prega ideais reacionários e extremistas, como a supremacia branca, o nacionalismo branco e a anti-imigração.
Durante um comício no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (8), Lula reprovou as manifestações, que contaram com a participação do presidente. "Foi uma coisa muito engraçada que, no ato do Bolsonaro, parecia uma reunião da Ku Klux Klan. Só faltou o capuz, porque não tinha negro, não tinha pardo, não tinha pobre, não tinha trabalhador. O artista principal era o velho da Havan, que aparecia como se fosse o Louro José", disse o petista, em referência também ao empresário Luciano Hang, dono de uma rede de lojas no país.
O R7 pediu um posicionamento à campanha de Lula, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
"Ofensas à honra e à imagem"
A equipe jurídica de Bolsonaro criticou os comentários de Lula e disse que o petista "fez acusação ofensiva à imagem, leviana e criminosa contra o presidente da República, rotulando-o de pessoa defensora de ideais supremacistas".
"Fez-se, sem qualquer espaço de dúvida, imputação não apenas de ofensas à honra e à imagem do candidato, mas de comportamento criminoso, propagador de violência política e de ódio racial. Respeitosamente, não se vislumbra qualquer justificativa para irrogar ao candidato os terríveis rótulos mencionados", disseram os advogados.
Além disso, a campanha de Bolsonaro pontuou que, com as falas de Lula, "fica nítido o ilícito propósito de enraizar no imaginário das pessoas que o presidente Jair Bolsonaro é uma pessoa que odeia 'negros, pardos e pobres', o que não é verdade e não está, obviamente, no campo do debate político sadio, no campo da liberdade de expressão, mas no do vil discurso de ódio".
Nas redes sociais (veja a publicação abaixo), Bolsonaro também se manifestou sobre as falas de Lula. "Parece que o ex-presidiário se sentiu excluído após esse vídeo. Em resposta, chamou o povo de 'cuscuz clã', talvez porque assistiu a milhões de brasileiros vestindo amarelo", escreveu o presidente.