Três políticos do DF abrem mão de disputar as eleições em 2022
A deputada Paula Belmonte (Cidadania) e o senador Reguffe (sem partido) ficam sem mandato após conflitos nos partidos
Eleições 2022|Hellen Leite, do R7, em Brasília
Rostos conhecidos da política do Distrito Federal vão sair da cena do Congresso Nacional e da Câmara Legislativa a partir de 2023. Após três mandatos seguidos, a deputada distrital Arlete Sampaio (PT) decidiu deixar a vida pública aos 72 anos e não vai disputar as eleições de outubro. Nas outras duas situações, em que se encontram a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania) e o senador Reguffe (sem partido), a aposentadoria é compulsória — ambos foram sufocados por arranjos políticos e não serão candidatos no pleito.
Paula Belmonte, que foi eleita deputada federal em 2018 com 46.069 votos, disputava com Izalci Lucas (PSDB) a preferência na chapa da Federação PSDB-Cidadania para o Governo do DF. Ela chegou a se autodeclarar candidata e foi à Justiça questionar a escolha do senador tucano pela Executiva Nacional.
No entanto, na última segunda-feira (15), véspera do prazo final para registro de candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Ricardo Lewandowski negou o pedido de Belmonte contra Izalci. Com isso, a deputada já não tinha tempo hábil para construir uma candidatura ao Legislativo e registrá-la na Justiça Eleitoral.
Após o imbróglio, Paula deve se limitar a ser cabo eleitoral do marido, o advogado Felipe Belmonte (PSC), que é vice na chapa de Paulo Octávio. Nos bastidores, a decisão dos Belmonte de se aliarem ao ex-vice-governador do DF foi vista como uma maneira de confrontar Izalci e o PSDB. Felipe Belmonte já foi aliado do tucano, ele é suplente do senador e doou R$ 1,48 milhão para a campanha de Izalci em 2018.
Já Reguffe decidiu abandonar a vida pública após ser rifado pelo União Brasil também por desentendimentos sobre a candidatura ao Governo do DF. O senador, que teve 826.576 votos em 2014, queria autonomia para escolher a chapa que disputaria a eleição, o que não foi aceito pelo partido.
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O União Brasil então anunciou apoio a Ibaneis Rocha (MDB), candidato à reeleição. A Reguffe, o partido ofereceu a possibilidade de concorrer ao cargo de deputado federal, mas o senador rejeitou o convite. "Sonhei com essa candidatura [ao Governo do DF], por isso não seria correto eu ser candidato a deputado federal", justificou na ocasião.
Na Câmara Legislativa do DF, quem deixa a vida pública é Arlete Sampaio (PT). Após três mandatos seguidos, a distrital anunciou aposentadoria em 2023. Na última eleição, ela foi eleita com 15.537 votos.
Aposentados na Câmara e no Senado
No Senado, além de Reguffe, outros seis parlamentares não disputam cargo nas eleições deste ano: Fernando Bezerra (MDB-PE), Luiz do Carmo (PSC-GO), Maria do Carmo Alves (PP-SE), Nilda Gondim (MDB-PB), Paulo Rocha (PT-PA) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) também vão ficar fora da Casa a partir de 2023.
Apesar disso, a aposta na reeleição é alta. Dos 81 senadores, 39 vão disputar cargos. Destes, 14 tentam a reeleição no Senado, número maior do que o registrado na última eleição para a renovação de um terço da Casa, em 2014, quando 10 parlamentares tentaram se reeleger. Outros 16 senadores tentam trocar o Legislativo pelo Executivo estadual, três tentam o Palácio do Planalto e três tentam assumir cargos de deputado federal.
A Câmara segue a mesma tendência. Dos 513 deputados federais, 496 vão disputar as eleições. Os outros 17 parlamentares devem se aposentar neste ano: Sergio Toledo (PV-AL), Genecias Noronha (PL-CE), Paula Belmonte (Cidadania-DF), José Mário Schreiner (MDB-GO), Áurea Carolina (PSOL-MG), Bilac Pinto (União Brasil-MG), Edna Henrique (Republicanos-PB), Átila Lira (PP-PI), Osmar Serraglio (PP-PR), Haroldo Cathedral (PSD-RR), Shéridan (PSDB-RR), Henrique Fontana (PT-RS), Jerônimo Goergen (PP-RS), Rogério Peninha Mendonça (MDB-SC), Eleuses Paiva (PSD-SP), Guilherme Mussi (PP-SP) e Herculano Passos (Republicanos-SP).