Veja destaques da sabatina com Jair Bolsonaro na Record TV
Presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro participou de sabatina da Record TV neste domingo
Eleições 2022|Do R7, em Brasília
Durante 60 minutos o presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), falou neste domingo (23) sobre as propostas de um eventual segundo governo para a educação, segurança pública, regularização fundiária e economia. O outro candidato, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), decidiu não participar — o evento seria um debate.
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Confira os principais momentos da sabatina:
Perguntas a Lula
No início da entrevista, Bolsonaro foi questionado sobre quais perguntas gostaria de fazer ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que não compareceu ao debate. O presidente comentou que indagaria ao petista sobre os fundos de pensão de Petrobras, Correios e Caixa que, de acordo com ele, as gestões do PT quebraram.
"Ele [Lula] nomeou para os respectivos fundos de pensão pessoas que na verdade eram bandidas. Ao longo dos governos Lula e parte da Dilma saquearam os fundos e as pessoas estavam ameaçadas a não ter aposentadoria", afirmou.
Além disso, Bolsonaro comentou que perguntaria a Lula se ele não tem vergonha de concorrer à Presidência mesmo depois de ter sido condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. "Você não deveria estar em casa, já que foi agraciado por um amigo no STF? Você não tem vergonha de deixar esse legado para nós e estar disputando uma eleição novamente?", disse.
'Fujão'
Bolsonaro comentou a ausência do adversário no debate e o chamou de "fujão" em ao menos três ocasiões. Depois disso, o termo foi parar nos assuntos mais comentados do Twitter. A imagem que mostra o púlpito de Lula vazio também viralizou.
'Lula pode quebrar o país'
Ao longo da sabatina, Bolsonaro disse que se Lula for eleito presidente mais uma vez pode quebrar a economia brasileira. "Se o PT voltar a administrar o Brasil ele vai quebrar tudo. E obviamente os fundos de pensão e o dinheiro que nós arrecadamos para pagar os aposentados", afirmou.
"Se Lula administrar o Brasil como fez antigamente, o Brasil quebra. Um país riquíssimo. Fará com que seu povo viva em situação de miséria. Você que vai anular seu voto, está ajudando o Lula a ter mais voto nas urnas. É um momento de você decidir fazer um filtro de quem está falando a verdade. Isso é gravíssimo. Ele quebrará o Brasil", acrescentou.
Salário mínimo
Ao ser questionado pelo jornalista daRecord News Heródoto Barbeiro sobre o valor do salário mínimo e um possível reajuste com ganho real, o presidente afirmou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, será o responsável por administrar essa conta e terá condições de cumprir a promessa de reajuste do valor acima da inflação.
“Peguei o Brasil com sérios problemas, éticos, morais, veio pandemia, uma crise hídrica, uma guerra, mesmo assim arrumamos a economia. Tenho um ministro, Paulo Guedes, que é reconhecido fora do Brasil, porque nossos números são de fazer inveja. Se ele falou isso agora, que teremos o reajuste, eu acredito no Paulo Guedes”, declarou o candidato.
Regulação da mídia
Bolsonaro também voltou a dizer que não vai propor nenhuma medida para regular a atuação dos meios de comunicação no Brasil. "Nunca falei em controlar a mídia, como o outro fujão aqui tem falado o tempo todo", afirmou, em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo ele, a imprensa brasileira deve ser livre. "Como eu controlaria a mídia? Dando liberdade. Quanto mais liberdade para todos vocês, maior chance o povo tem de separar qual a boa e a má imprensa", destacou.
Caso Roberto Jefferson
O presidente também chamou o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) de "bandido" por ter atirado contra dois servidores da Polícia Federal que realizavam o cumprimento de um mandado de prisão neste domingo (23).
"Quem atira em policial bandido é", afirmou o candidato à reeleição. Bolsonaro disse ainda que tomou as medidas cabíveis a fim de realizar a prisão após os ataques. "Foi feito o contato com o Ministro da Justiça [e Segurança Pública] para que acompanhasse o caso."
Bolsonaro ainda reforçou que não é amigo de Jefferson e citou que o ex-deputado fez, inclusive, uma queixa contra ele por prevaricação. "Quem me processa não pode alguém achar que é meu amigo."
Diminuição da maioridade penal
Ao falar de segurança pública, Bolsonaro disse que em um eventual segundo mandato vai defender projetos para diminuir a maioridade penal para crimes hediondos. "Lugar de moleque dessa idade [16 e 17 anos] é na escola, mas para essa minoria que faz maldade, o lugar é na cadeia. Vamos botar na cadeia quem comete crimes, especialmente os hediondos", comentou.
Em seguida, o presidente disse que também vai propor que a idade para tirar a carteira de habilitação seja diminuída como uma forma de premiar jovens sem problemas com a Justiça. "Para quem é bom garoto, vai ter uma recompensa, que é a carteira de habilitação."
Educação
Para o presidente, a implementação das escolas cívico-militares é um dos motivos pelos quais o governo conseguiu "recuperar a educação". Ele aposta no fortalecimento do modelo para conseguir melhorar o ensino básico brasileiro.
O projeto é conseguir implementar pelo menos um colégio com o modelo em cada estado. Para o presidente, o foco na área para o próximo mandato, caso seja reeleito, é na educação básica. "Se não tiver o mínimo, você não evolui."
Regularização fundiária
O presidente também disse que as "invasões" promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) diminuíram no Brasil por causa de ações de regularização fundiária nos últimos quatro anos.
"Nós tiramos a força [do MST] pegando assentados e dando títulos das terras. Já demos 420 mil títulos, que é o registro para esse pessoal que não tinha [título]. Nós demos dignidade aos [assentados do] MST, que passaram a ser cidadãos e a integrar de verdade a agricultura familiar", destacou.
Pix
O presidente disse que, se reeleito, vai aprimorar o Pix para evitar fraudes. "O Banco Central vai desenvolver um sistema para que todo mundo seja identificado." Uma das ideias é a verificação através de fotografia. Bolsonaro reconheceu que, ainda assim, as fraudes podem continuar acontecendo, mas disse que começa a "fechar o cerco".
O presidente disse que o Pix é "excepcional" e que países como Estados Unidos têm interesse em importar o modelo de transações. "O povo não quer mais falar em fim do Pix."
A sabatina
Com apresentação de Eduardo Ribeiro, a entrevista teve uma hora de duração e foi transmitida na televisão aberta e nas multiplataformas da emissora.
O segundo turno das eleições 2022 ocorre no próximo domingo (30).