Dez assassinatos foram registrados durante o primeiro turno das eleições municipais
De 16 de agosto a 6 de outubro, foram registrados 373 casos de violência política
Eleições 2024|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília
O período eleitoral no Brasil tem sido marcado por um aumento da violência política, com um total de 10 assassinatos registrados durante o primeiro turno das eleições de 2024. Esse número representa uma média de uma morte a cada cinco dias, evidenciando uma escalada em comparação com o mesmo período das eleições de 2022, que contabilizou um assassinato.
De 16 de agosto a 6 de outubro, foram registrados 373 casos de violência política, mais do que o dobro dos 145 casos reportados entre janeiro e 15 de agosto. A pesquisa “Violência Política e Eleitoral no Brasil” identifica que, desde 1° de novembro de 2022, já são ao menos 672 casos de violência política mapeados.
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Entre os 373 casos documentados, os tipos de violência mais frequentes foram as ameaças e os atentados, com 138 e 100 ocorrências, respectivamente. A violência política atingiu todos os estados do Brasil, com destaque para as regiões Nordeste e Sudeste, que registraram os maiores números de casos: 132 e 117. São Paulo foi o estado mais afetado, com 50 ocorrências, seguido pelo Rio de Janeiro, com 38, e Paraíba, com 24.
No primeiro turno, as pessoas negras foram desproporcionalmente afetadas, representando 80% das vítimas de assassinatos.
Aumento das ameaças e atentados
As ameaças foram a forma mais recorrente de violência, totalizando 138 ocorrências que representam 37% dos casos registrados. A violência se intensificou na véspera das eleições, com 99 casos documentados entre 1 e 6 de outubro.
Os atentados saltaram de 24 casos no período pré-eleitoral para 100 durante o primeiro turno, um aumento de 614% em relação às eleições anteriores.
Violência de gênero e outros tipos de violência
Embora as mulheres representem 33,96% das candidaturas, elas foram alvo de 35% dos casos de violência política no primeiro turno, totalizando 128 ocorrências. As ameaças também foram prevalentes entre as mulheres, com 56 registros.