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Justiça determina exclusão de laudo falso divulgado por Marçal contra Boulos

Candidato do PRTB publicou nas redes sociais uma foto de um receituário falso que comprovaria que Boulos teria usado cocaína

Eleições 2024|Do R7

Liminar foi deferida em partes Reprodução/Montagem: R7 Brasília

O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo determinou na manhã deste sábado (5) a exclusão imediata das publicações nas redes sociais do candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) em que divulga um laudo falso que associa Guilherme Boulos (PSOL) ao uso de cocaína. A decisão é do juiz Rodrigo Marzola Colombini e abrange as plataformas Instagram, TikTok e Youtube.

“Há plausibilidade nas alegações [dos autores da representação], envolvendo não apenas a falsidade do documento, a proximidade do dono da clínica em que gerado o documento com o requerido Pablo Marçal, documento médico assinado por profissional já falecido e a data em que divulgados tais fatos, justamente na antevéspera do feito”, afirmou o juiz.

A decisão foi tomada em uma representação com pedido de liminar de Boulos contra Marçal que pedia a exclusão dos conteúdos pelas plataformas, a suspensão das redes sociais de Marçal e a proibição de criação de novos perfis até o fim das eleições municipais, além de aplicação de multa.

A liminar foi deferida em parte, determinando apenas a exclusão dos vídeos impugnados. Foi determinado, ainda, que Pablo Marçal apresente defesa em dois dias.


A decisão informa também que, em relação à notícia-crime, que tramita em outra representação, o magistrado determinou o envio a um dos juízes de garantia da capital. A representação, que pede a prisão e outras medidas cautelares, como apreensão e quebra de sigilo telefônico e telemático dos investigados, tramita em segredo de justiça.

Na noite desta sexta-feira (4), Marçal publicou nas redes sociais uma foto de um receituário falso que comprovaria que Boulos teria usado cocaína.


A publicação mostra um documento falso com o nome do paciente “Guilherme Castro Boulos”, mesmo nome do candidato do PSOL, que teria sido atendido em 19 de janeiro de 2021, às 16h45, por um médico chamado José Roberto de Souza.

Em resposta, Boulos disse que “o documento publicado por Pablo Marçal é falso e criminoso e ele responderá e arcará com as consequências em todas as instâncias da Justiça”.


O candidato do PSOL disse, ainda, que vai pedir a prisão de Marçal.

Segundo o site do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), o registro profissional desse médico está inativo desde 2022. Conforme apurou o R7, no sistema do CFM (Conselho Federal de Medicina), Souza aparece como “falecido”.

No receituário, o médico estaria encaminhando Boulos ao psiquiatra, em critério emergencial, por “quadro de surto psicótico grave, em delírio persecutório e ideias homicidas”. Os supostos sintomas também incluíam “confusão mental e episódio de agitação”.

Em seguida, o médico passa a descrever o que seria o exame toxicológico de Boulos, apresentado por um acompanhante dele. “Indica positivo para benzoilmetilecgonina, cocaína”, diz o documento.

Durante toda a campanha eleitoral do primeiro turno, Marçal chamou Boulos de “cheirador”, sendo condenado várias vezes pela Justiça Eleitoral. Ele teve de conceder direitos de respostas ao candidato do PSOL nas redes sociais.

O candidato do PRTB prometia que, no último debate eleitoral para o posto, que aconteceu na quinta-feira (3), mostraria provas para fundamentar a acusação contra Boulos. O primeiro turno das eleições municipais de 2024 ocorre no domingo (6).

Resposta de Boulos

O político do PSOL rebateu a publicação de Marçal. Boulos disse que isso foi “uma atitude inaceitável de quem prova não ter limites em sua capacidade de mentir”.

Leia a nota na íntegra:

O documento publicado por Pablo Marçal é falso e criminoso e ele responderá e arcará com as consequências em todas as instâncias da Justiça – eleitoral, cível e criminal. Uma atitude inaceitável de quem prova não ter limites em sua capacidade de mentir.

Marçal mostra mais uma vez ser um criminoso recorrente, que usa de mentiras absurdas para atacar a honra e a reputação e tentar promover uma manipulação sem precedentes no processo eleitoral.

Não podemos normalizar esse tipo de método que já colocou em xeque a nossa democracia no passado recente e que, agora, ameaça a normalidade destas eleições.

Marçal pagará pelos seus crimes.

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