Justiça Eleitoral aciona autoridades após Marçal acusar Boulos de ter usado cocaína
TSE (Tribunal Superior Eleitoral) já recebeu mais de 4 mil denúncias de notícias falsas passíveis de causar danos ao processo eleitoral
A Justiça Eleitoral enviou às autoridades competentes a publicação na qual o candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) coloca uma foto de um receituário falso que comprovaria que o também candidato Guilherme Boulos (PSOL) teria usado cocaína. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) já recebeu mais de 4 mil denúncias de notícias falsas passíveis de causar danos ao equilíbrio ou à integridade das eleições e ao processo eleitoral.
A publicação do candidato do PRTB mostra um documento falso com o nome do paciente “Guilherme Castro Boulos”, mesmo nome do candidato do PSOL, que teria sido atendido em 19 de janeiro de 2021, às 16h45, por um médico chamado José Roberto de Souza.
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No receituário, o médico estaria encaminhando Boulos ao psiquiatra, em critério emergencial, por “quadro de surto psicótico grave, em delírio persecutório e ideias homicidas”. Os supostos sintomas também incluíam “confusão mental e episódio de agitação”.
Em seguida, o médico passa a descrever o que seria o exame toxicológico de Boulos, apresentado por um acompanhante dele. “Indica positivo para benzoilmetilecgonina, cocaína”, diz o documento.
Notícias falsas sobre eleições
O TSE recebe as denúncias de notícias falsas por meio do Sistema de Alertas de Desinformação Eleitoral. Segundo o site do tribunal, o sistema é um instrumento que fortalece a participação cidadã justamente por receber e dar encaminhamento às denúncias acerca de informações falsas, descontextualizadas ou manipuladas, divulgadas por terceiros sobre as eleições ou sobre o sistema eletrônico de votação.
Segundo a corte, uma equipe interna processa e avalia o enquadramento dos alertas dentro do programa. Em caso positivo de uma notícia falsa, o integrante da equipe adiciona dados de contexto, como matérias de checagem de fatos ou notas de esclarecimento oficiais, que permitam evidenciar falsidades de conteúdo ou de contexto.
Em seguida, os alertas são enviados às plataformas digitais, para que avaliem a hipótese de violação de seus termos de uso, aplicando-se as medidas correspondentes. Esse processo visa conter rapidamente as consequências do conteúdo falso.
Dependendo da gravidade, as denúncias também podem ser encaminhadas ao Ministério Público Eleitoral e às demais autoridades para a adoção de medidas legais cabíveis.