Ministério Público de SP pede abertura de inquérito policial eleitoral contra Marçal

O Ministério Público de São Paulo solicitou neste sábado (5) a instauração de um inquérito policial eleitoral para investigar a publicação do candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB), nas redes sociais, de um receituário falso que comprovaria que o candidato Guilherme Boulos (PSOL) teria usado cocaína. Com o ocorrido, a Justiça Eleitoral determinou a suspensão do perfil no Instagram de Marçal, que já tirou a conta do ar.

Em resposta a publicação de Marçal, Boulos negou que o documento publicado seja verdadeiro e afirmou, ainda, que o médico que assinou o suposto documento morreu há dois anos. Segundo o candidato, o dono da clínica em que ele teria supostamente ido buscar atendimento é amigo de Marçal.

“O parceiro dele falsificou o documento usando o CRM [número de registro do médico] de um médico que faleceu há dois anos para que ninguém possa ser responsabilizado”, disse Boulos, em vídeo divulgado nas redes sociais. “Olha o nível que o cidadão chegou. No dia seguinte ao que ele colocou no documento, tem fotos no meu Instagram de que eu estava na comunidade do Vietnã fazendo distribuição de cesta básica”, concluiu.

No receituário, mostra um encaminhamento médico de Boulos ao psiquiatra, em critério emergencial, por “quadro de surto psicótico grave, em delírio persecutório e ideias homicidas”. Os sintomas citados no documento também incluíam “confusão mental e episódio de agitação”.

Segundo o site do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), o registro profissional desse médico está inativo desde 2022. Conforme apurou o R7, no sistema do CFM (Conselho Federal de Medicina),Souza aparece como “falecido”.

Além do pedido do Ministério Público, a Polícia Federal também abriu inquérito e já investiga o caso.

Justiça Eleitoral manda excluir post

O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo determinou a exclusão das publicações nas redes sociais de Pablo Marçal envolvendo o receituário. A decisão é do juiz Rodrigo Marzola Colombini e abrange as plataformas Instagram, TikTok e Youtube.

“Há plausibilidade nas alegações [dos autores da representação], envolvendo não apenas a falsidade do documento, a proximidade do dono da clínica em que gerado o documento com o requerido Pablo Marçal, documento médico assinado por profissional já falecido e a data em que divulgados tais fatos, justamente na antevéspera do feito”, afirmou o juiz.

A decisão foi tomada em uma representação com pedido de liminar de Boulos contra Marçal que pedia a exclusão dos conteúdos pelas plataformas, a suspensão das redes sociais de Marçal e a proibição de criação de novos perfis até o fim das eleições municipais, além de aplicação de multa.

A liminar foi deferida em parte, determinando apenas a exclusão dos vídeos impugnados. Foi determinado, ainda, que Pablo Marçal apresente defesa em dois dias.