Nordeste e Sudeste lideram episódios de violência política no primeiro turno das eleições
O estado de São Paulo teve o maior número de ocorrências no primeiro turno, com 50 registros
Eleições 2024|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília
As regiões Nordeste e Sudeste foram as que tiveram mais casos de violência política no primeiro turno das eleições municipais de 2024. É o que mostra a terceira edição da pesquisa sobre Violência Política e Eleitoral no Brasil, que abrange dados coletados entre 1º de novembro de 2022 e 6 de outubro de 2024.
Entre o início do período eleitoral, em 16 de agosto de 2024, e o primeiro turno, ocorrido em 6 de outubro de 2024, foram registrados 373 casos de violência política. Desses, as regiões Nordeste e Sudeste concentraram 132 e 117 casos, respectivamente, seguidas pela região Sul, que registrou 51 casos. No total, desde o início do levantamento em novembro de 2022, já foram mapeados 672 casos de violência política no país.
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O estado de São Paulo, na região Sudeste, lidera o ranking de maior número de ocorrências no primeiro turno, com 50 registros. Na sequência, o Rio de Janeiro contabilizou 38 casos, enquanto a Paraíba, no Nordeste, passou da 13ª para a 3ª posição, com 24 casos registrados no período eleitoral.
Entre os partidos políticos mais atingidos pela violência no período, o União Brasil lidera com 46 ocorrências, seguido pelo Partido dos Trabalhadores (43) e o Partido Liberal (35).
São Paulo e Rio de Janeiro: os estados mais violentos no Sudeste
O Sudeste, além de ser a segunda região mais afetada pela violência política, também foi palco de metade dos assassinatos ocorridos no período eleitoral. Em São Paulo, estado com o maior número de ocorrências no Brasil, os episódios de violência política incluem 16 atentados, 14 ameaças, 10 ofensas, 8 agressões físicas, além de um assassinato e uma invasão.
No Rio de Janeiro, o segundo estado mais violento do Sudeste, 38 casos foram contabilizados.
Nordeste: aumento de casos na Paraíba
A região Nordeste lidera em número de ocorrências com 132 casos. A Paraíba saiu da 13ª posição no ranking da violência política no período pré-eleitoral para se tornar o 3º estado com maior número de casos no primeiro turno das eleições. O estado registrou 24 casos no primeiro turno, ultrapassando outras unidades da federação historicamente mais violentas, como a Bahia, que contabilizou 23 casos.
Tipos de violência: ameaças e atentados dominam o cenário
Os tipos de violência mais frequentes no período analisado são ameaças e atentados. Entre 16 de agosto e 6 de outubro de 2024, foram registradas 138 ameaças e 100 atentados, representando 37% e 26,8% dos casos, respectivamente. O número de atentados aumentou durante o período eleitoral, saindo de 24 casos no período pré-eleitoral para 100 casos até o primeiro turno.
Entre os outros tipos de violência estão 54 agressões físicas, 51 ofensas, 13 criminalizações e 7 invasões. No período eleitoral foram contabilizados 10 assassinatos, o que representa uma pessoa assassinada a cada cinco dias no Brasil.
Agressões motivadas por questões de gênero, raça e sexualidade
Além da violência política geral, a pesquisa identificou casos específicos de violência com motivação racista, machista, homofóbica e transfóbica. Foram registradas 15 ofensas e uma ameaça de cunho racista, 10 ameaças e 5 ofensas de cunho machista, e 4 ofensas e uma ameaça com teor homofóbico ou transfóbico.
Casos de violência com teor sexual também foram identificados, incluindo uma agressão física relacionada a estupro, 2 ameaças de estupro e 8 ofensas envolvendo teor sexual. Houve também três vazamentos de vídeos íntimos – um deles envolvendo um candidato homem – e cinco montagens com candidatas mulheres envolvendo nudez.