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Arábia Saudita pede pena de morte para uma ativista mulher

A ativista dos direitos humanos é acusada de "dar apoio moral aos desordeiros" por ter registrado protestos da Primavera Árabe em 2011

Internacional|Beatriz Sanz, do R7

Julgamento é acompanhado com atenção em todo mundo
Julgamento é acompanhado com atenção em todo mundo

Pela primeira vez na história, uma ativista mulher está correndo o risco de enfrentar a pena de morte por ser uma ativista de direitos humanos na Arábia Saudita.

Israa al-Ghomgham, 29 anos, está presa a dois anos a espera do julgamento que só deve acontecer no dia 28 de outubro.

Israa participou e documentou em vídeo os protestos que aconteceram na Arábia Saudita em 2011, na época da Primavera Arábe.

A promotoria do país pede sua vida pelos crimes de "incitamento ao protesto", "gritar slogans hostis ao regime" e "dar apoio moral aos desordeiros", segundo um comunicado do Human Rights Watch.


A organização dos direitos humanos acredita que as acusações contra ela "não se assemelham a crimes reconhecíveis".

Desde 2015, a Arábia Saudita executou sete mulheres, em média duas por ano, por crimes como homicídio, mas nenhuma por atividades políticas, como é o caso de Israa.


Outros cinco ativistas, incluindo o marido de Israa, serão julgados pelos mesmos delitos pelo Tribunal Criminal Especializado da Arábia Saudita, uma corte que julga apenas crimes de terrorismo.

Um relatório publicado em junho pela ONU diz que a Arábia Saudita tem usado as leis antiterroristas para negligenciar os direitos humanos.


Prisão massiva de mulheres

Defensores do direitos humanos denunciam que apesar da imagem de abertura que a Arábia Saudita têm demonstrado nos últimos meses com a autorização para que mulheres possam dirigir, por exemplo, está acontecendo no país uma caça à ativistas pelos direitos das mulheres.

Pelo menos 13 mulheres foram presas desde maio. Nove ainda continuam na prisão.

A diretora da HRW para assuntos do Oriente Médio, Sarah Leah Whitson, afirmou à rede Al Jazeera que a ação dessas ativistas podem afetar a imagem de “reformador” que o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman deseja passar ao mundo.

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