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Ciclone Mocha inunda cidade portuária de Mianmar, poupando grandes campos de refugiados

Cerca de 400 mil pessoas foram evacuadas no país e em Bangladesh

Internacional|Do R7

Mianmar está localizada entre Bangladesh e a Tailândia
Mianmar está localizada entre Bangladesh e a Tailândia

Ondas de tempestade provocadas por um poderoso ciclone, que se desloca para o interior, a partir da baía de Bengala, inundaram a cidade portuária de Sittwe, em Mianmar, neste sábado (13), mas pouparam em grande parte um aglomerado densamente povoado de campos de refugiados na vizinha Bangladesh.

Cerca de 400 mil pessoas foram evacuadas em Mianmar e Bangladesh, antes do ciclone Mocha atingir a costa, enquanto autoridades e agências de ajuda se esforçam para evitar pesadas baixas de uma das tempestades mais fortes naquela região, nos últimos anos.

Assentamentos vulneráveis em Cox's Bazar, em Bangladesh, onde vivem mais de um milhão de refugiados rohingya, ficaram relativamente ilesos pela tempestade, que agora está enfraquecendo gradualmente.

"Felizmente, pudemos escapar do pior do ciclone", disse Mohammad Shamsud Douza, funcionário do governo de Bangladesh encarregado dos refugiados. "Estamos recebendo alguns relatos de cabanas danificadas, mas não há vítimas."


Mianmar parece ter sofrido o impacto direto do ciclone Mocha, com ventos de até 210 km/h que arrancaram telhados de zinco e derrubaram uma torre de comunicações.

Doversas partes de Sittwe, capital do estado de Rakhine, foram inundadas, e os andares térreos de vários prédios ficaram debaixo d'água, conforme mostrou um vídeo, postado nas redes sociais, por uma testemunha da cidade.


Uma milícia étnica, que controla faixas de Rakhine, disse que estruturas em Sittwe e Kyauktaw, em grande número, foram danificadas, e escolas e mosteiros, onde as pessoas se abrigavam, ficaram sem teto.

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"Todo o norte de Rakhine sofreu graves danos", disse o porta-voz do Exército de Arakan, Khine Thu Kha. "Muitas pessoas estão com problemas."

As redes de comunicação no estado foram interrompidas depois que o ciclone atingiu a costa, disseram a ONU (Organização das Nações Unidas) e a mídia local.

No estado de Rakhine e no noroeste do país, cerca de seis milhões de pessoas já precisam de assistência humanitária, enquanto outras 1,2 milhão foram deslocadas, de acordo com o escritório humanitário da ONU (OCHA).

“Um ciclone atingir uma área onde já existe uma necessidade humanitária tão profunda é um cenário de pesadelo, impactando centenas de milhares de pessoas vulneráveis, cuja capacidade de enfrentamento foi severamente corroída por crises sucessivas”, disse o coordenador residente da ONU, Ramanathan Balakrishnan.

Mianmar mergulhou no caos desde que uma junta tomou o poder, há dois anos. Após uma repressão aos protestos, um movimento de resistência está lutando contra os militares em várias frentes.

Um porta-voz da junta não respondeu imediatamente a um telefonema da Reuters, que pedia um comunicado.

Alimentos e Suprimentos

Em Bangladesh, onde as autoridades transferiram cerca de 300 mil pessoas para áreas mais seguras antes da chegada da tempestade, refugiados rohingya, dentro de campos densamente povoados em Cox's Bazar, no sudeste do país, estão agachados dentro de suas casas em ruínas.

"Nosso abrigo, feito de bambu e lona, oferece pouca proteção", disse o refugiado Mohammed Aziz, 21. "Estamos orando a Alá para nos salvar."

Muitos dos refugiados rohingya, entre eles meio milhão de crianças, vivem em campos extensos, sujeitos a inundações e deslizamentos de terra, depois de terem fugido de uma repressão liderada pelos militares em Mianmar, em 2017.

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Centenas de milhares da minoria muçulmana Rohingya permanecem no estado de Rakhine, em Mianmar, onde muitos estão confinados em campos, separados do resto da população.

"O governo do estado transferiu muitos rohingya dos campos de Sittwe para áreas mais altas", disse Zaw Min Tun, um rohingya residente em Sittwe, acrescentando que a evacuação ocorreu sem qualquer aviso.

"Eles também não forneceram comida, então as pessoas estão morrendo de fome."

Antes da tempestade, o Programa Mundial de Alimentos informou sobre a preparação de alimentos e suprimentos de emergência que poderiam ajudar mais de 400 mil pessoas em Rakhine e arredores por um mês.

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