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Cientistas usam naufrágio centenário na Bélgica para reviver espécies marinhas

Projeto deposita 200 mil larvas de ostras raras em navio naufragado no Mar do Norte para restaurar ecossistema marinho

Internacional|Do R7

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Ostras fotografadas em imagem de arquivo Divulgação/Ben Stern/Unsplash

Um navio de carga naufragado há mais de um século na costa da Bélgica ganhou uma nova função: servir como base para a reintrodução de ostras planas raras, uma espécie quase extinta no Mar do Norte devido à pesca excessiva.

RESUMO DA NOTÍCIA

  • Navio de carga naufragado há mais de um século na Bélgica é usado para reintroduzir ostras raras no Mar do Norte.
  • Cerca de 200 mil larvas de ostras foram depositadas em materiais biodegradáveis a 30 metros de profundidade.
  • O projeto Belreefs busca restaurar ecossistemas marinhos, essenciais para a biodiversidade local.
  • Naufrágios antigos são protegidos como patrimônio cultural, tornando-se locais ideais para abrigar vida marinha.

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Neste mês de julho, cerca de 200 mil larvas de ostras, fixadas em materiais biodegradáveis, foram depositadas a 30 metros de profundidade no casco do navio, localizado a aproximadamente 30 km da cidade costeira de Ostende.


A iniciativa é o ponto alto de dois anos de trabalho do projeto Belreefs, conduzido pelo governo belga, com financiamento da União Europeia, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

As ostras planas são essenciais para os ecossistemas marinhos, pois formam recifes que filtram a água e servem de habitat para reprodução e alimentação de diversas espécies, como peixes e algas.


“Temos que trazê-las de volta porque são elementos essenciais em nossos ecossistemas marinhos”, disse Vicky Stratigaki, engenheira envolvida no projeto, em entrevista à AFP.

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Ambiente desafiador

O Mar do Norte, que já foi repleto de recifes de ostras até meados do século 19, viu esses ecossistemas desaparecerem devido à pesca excessiva, à disseminação de um parasita chamado Bonamia e a efeitos climáticos adversos, segundo Stratigaki.


Dos 200 mil filhotes depositados, os cientistas estimam que cerca de 30 mil sobreviverão ao primeiro ano no ambiente hostil do mar, onde a predação é intensa. “É um ambiente selvagem”, disse a engenheira.

As ostras sobreviventes começarão a se reproduzir, expandindo o recife e fortalecendo a biodiversidade local.


A escolha do navio naufragado, datado de 1906, não foi aleatória. Na Bélgica, naufrágios com mais de cem anos são protegidos como patrimônio cultural, o que proíbe atividades como pesca no local, tornando-o ideal para o projeto.

“É um ponto importante para a biodiversidade”, explicou Merel Oeyen, especialista em meio ambiente marinho do Ministério da Saúde belga, à AFP.

“Pequenos peixes e crustáceos encontram abrigo nas fendas, enquanto predadores usam os destroços como áreas de alimentação e descanso”, diz a NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA), que participou da pesquisa.

Apesar dos benefícios, os cientistas alertam que naufrágios também podem representar riscos, como danos à vida marinha local ou a presença de cargas perigosas, como petróleo.

Ainda assim, a transformação desses destroços em “metrópoles prósperas” para a vida marinha, como descreveu Avery Paxton, autora do estudo, ao canal de notícias norte-americano CBS News, é vista como uma oportunidade única.

“A transformação de um navio em uma casa para a vida marinha tem um quê de conto de fadas”, disse Paxton em entrevista ao jornal The Washington Post.

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