Colômbia recusa Venezuela como fiadora de conversas com o ELN
O governo e as Forças Armadas da Colômbia acusam a Venezuela de permitir que grupos rebeldes cruzem para o seu território e se escondam ali
Internacional|Do R7
A Colômbia não aceitará a Venezuela como fiadora de conversas de paz se decidir continuar negociando com o ELN, disse o presidente Iván Duque nesta quinta-feira, citando o suposto apoio do país vizinho a atividades dos rebeldes marxistas.
Duque, que está visitando Nova York para a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), disse em seu discurso de posse no mês passado que dedicaria 30 dias a uma avaliação das conversas, iniciadas por seu antecessor em 2017. O prazo terminou sem que o líder colombiano de direita tenha decidido de maneira definitiva se elas continuarão.
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Ele fez um apelo para que o Exército de Libertação Nacional (ELN), que tem cerca de 2 mil membros, liberte todos os reféns como condição para retomar o diálogo. Até agora o grupo soltou nove, todos ele integrantes de forças de segurança ou prestadores de serviços dos militares. Os 10 reféns restantes são civis.
Venezuela, Cuba, Chile, Brasil e Noruega atuaram como assim chamados fiadores nas negociações com o ELN, que estavam sendo realizadas em Cuba até pouco antes de Duque tomar posse.
Os fiadores devem agir como facilitadores neutros das conversas, oferecendo instalações e outros tipos de ajuda para as tratativas.
Mas há tempos o governo e as Forças Armadas da Colômbia acusam a Venezuela de permitir que grupos rebeldes cruzem para o seu território livremente e se escondam ali.
"Um país que apoiou o ELN em seu território, protegendo-o, que permitiu que atos criminosos contra o povo colombiano fossem forjados em seu território está longe de ser um fiador", disse Duque aos jornalistas antes de seu voo de volta para Bogotá.
"Não vejo como fiador um país que tem sido um protetor de grupos em seu território."