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Cometa 3I/ATLAS é uma nave? Vai bater na Terra? Astrônomo diz que não é bem assim

Pesquisador do Observatório Nacional desmente boatos sobre o cometa interestelar: ele não representa ameaça à Terra

Internacional|Do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • O cometa 3I/ATLAS, descoberto em julho de 2025, não representa uma ameaça à Terra.
  • O astrônomo Jorge Márcio Carvano explica que ele é um visitante interestelar comum que passará a 270 milhões de quilômetros do nosso planeta.
  • Desinformações surgiram nas redes sociais devido a resultados preliminares publicados em fóruns, sem revisão científica adequada.
  • A campanha de observação do cometa é coordenada pela International Asteroid Warning Network, visando entender suas características naturais, sem qualquer risco de impacto.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Simulação feita pela Nasa da distância entre o cometa 3I/ATLAS e o planeta Terra Nasa/Divulgação/Arquivo

O cometa 3I/ATLAS, descoberto em julho de 2025, virou assunto nas redes sociais e rendeu uma onda de boatos: teria origem alienígena, seguiria “trajetória suspeita” e poderia colidir com a Terra. Nada disso é verdade.

O astrônomo Jorge Márcio Carvano, do Observatório Nacional, explica que o objeto é um visitante interestelar comum, vindo de fora do Sistema Solar.


Esse é um corpo que veio de fora do Sistema Solar, passará a alguma distância do Sol e depois se afastará para nunca mais voltar”, afirma.

O cometa não oferece risco: passará a 270 milhões de quilômetros da Terra, distância quase duas vezes maior do que a entre o planeta e o Sol. Ele é o terceiro corpo interestelar identificado pela ciência e recebeu o nome “3I” justamente por isso.


De onde vieram os boatos

Carvano explica que a desinformação começou quando resultados preliminares foram publicados em fóruns abertos, antes da revisão científica. Essas informações parciais acabaram replicadas em redes sociais e sites sensacionalistas sem contexto ou checagem.

Outro fator vem de grupos que defendem a ideia de visitas alienígenas. Segundo o pesquisador, essas pessoas costumam associar qualquer dado incomum a hipóteses sem base.


“A trajetória de um corpo interestelar depende de sua origem, não de um destino intencional”, esclarece.

O cometa tem estrutura e comportamento compatíveis com os demais já estudados: jatos de poeira e gás surgem quando a radiação solar aquece sua superfície, fenômeno típico em objetos desse tipo.


Veja a movimentação do 3I/Atlas no Sistema Solar:

Movimentação do cometa 3I/ATLAS no Sistema Solar Nasa/Divulgação/Arquivo

E a NASA, está escondendo algo?

Rumores sobre “silêncio da NASA” também circulam, mas não têm fundamento. Carvano explica que a agência norte-americana não comenta cada evento astronômico.

“A NASA conduz missões e projetos, mas não detém o monopólio das observações. A maior parte dos dados é pública e acessível a pesquisadores do mundo todo”, afirma.

A campanha de observação do 3I/ATLAS é coordenada pela International Asteroid Warning Network (IAWN), uma rede global que estuda pequenos corpos do Sistema Solar. O objetivo é entender melhor as variações naturais na órbita do cometa, e não qualquer risco de impacto.

Ciência contra o sensacionalismo

Para o astrônomo, o caso do 3I/ATLAS mostra como o sensacionalismo pode distorcer a ciência. “A maioria dos astrônomos que estuda o objeto não vê razão para associá-lo a alienígenas”, ressalta Carvano.

Ele lembra que o cometa é uma oportunidade única de estudar materiais vindos de outro sistema planetário. Depois de atravessar o Sistema Solar, seguirá viagem e desaparecerá no espaço — sem naves, sem mistérios e sem perigo.

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