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Como Europa deve suprir lacunas no fornecimento de armas à Ucrânia

Com suspensão parcial de ajuda militar dos EUA, Ucrânia intensifica produção própria de armas e busca maior apoio da Europa e da Otan

Internacional|Do R7

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Zelensky se encontra com a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen Divulgação/Gabinete da Presidência da Ucrânia

A decisão dos Estados Unidos de suspender o envio de algumas armas à Ucrânia, anunciada na quarta-feira (2), em um momento em que a Rússia tem intensificado ataques aéreos com mísseis e drones, colocou Kiev em uma posição desafiadora.

Diante disso, a Ucrânia está buscando alternativas para fortalecer sua defesa, com foco no aumento da produção nacional de armamentos e no reforço da cooperação com a UE (União Europeia) e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).


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Desde a invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022, os Estados Unidos têm sido o principal fornecedor de ajuda militar à Ucrânia. No entanto, sob o governo de Donald Trump, houve uma redução significativa no apoio.

Em abril, a Europa superou pela primeira vez os EUA em ajuda militar total à Ucrânia, com US$ 84,9 bilhões (cerca de R$ 459 bilhões) contra US$ 76,6 bilhões (R$ 414 bilhões, aproximadamente), segundo o Instituto Kiel para a Economia Mundial.


A recente suspensão de ajuda norte-americana provocou uma pausa no envio de interceptadores de defesa aérea, especialmente do sistema Patriot, usados para abater drones e mísseis russos.

Cada míssil do sistema Patriot custa cerca de US$ 4 milhões (cerca de R$ 21 milhões), e a ausência deles em território ucraniano pode aumentar a vulnerabilidade de áreas urbanas, incluindo a capital do país, Kiev.


Além de mísseis Patriot, armamentos de outros sistemas, como os mísseis ar-ar AIM-7 Sparrow e os Stinger de curto alcance, também foram pausados com a decisão de quinta-feira, segundo a imprensa norte-americana.

Um alto funcionário ucraniano, que falou à rede ABC News sob condição de anonimato, disse que os sistemas Patriot são “extremamente necessários”, enquanto mísseis como os HIMARS, também suspensos, são menos urgentes, já que outros países produzem sistemas semelhantes.


O funcionário enfatizou que há mísseis Patriot suficientes no mundo, mas a transferência deles depende de uma decisão política dos EUA, que controlam a exportação desses sistemas por outros países.

Ele também afirmou que a Ucrânia já aumentou a produção de projéteis de artilharia de 155 mm, antes escassos, e que os suprimentos externos estão mais disponíveis do que anteriormente.

Reforço da indústria de defesa ucraniana

Diante das incertezas sobre o apoio externo, a Ucrânia tem investido no fortalecimento da indústria nacional de defesa. A produção de drones, cada vez mais sofisticados, tem crescido, e o país planeja expandir a fabricação de outros armamentos.

Ainda na quinta-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou um acordo estratégico com uma empresa do ex-CEO do Google, Eric Schmidt, para produzir drones equipados com IA (inteligência artificial).

Um projeto de lei para modernizar a indústria de defesa, incluindo a construção de novas instalações, será votado no parlamento ucraniano ainda neste mês, segundo o ministro da Defesa, Rustem Umerov.

Resposta da Europa

Com a redução do apoio norte-americano, a Europa tem sido chamada a assumir um papel mais central. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse na quinta-feira que a suspensão de Trump é um “sinal claro” para que o bloco intensifique suas capacidades de defesa.

Von der Leyen afirmou que os países da UE já destinaram cerca de € 50 bilhões em ajuda militar à Ucrânia e incentivou o uso do mecanismo SAFE, que disponibiliza € 150 bilhões para apoio militar e investimentos na indústria de defesa ucraniana.

A Dinamarca, que assumiu a presidência rotativa da UE na terça (1), foi elogiada por fornecer artilharia e caças F-16 – aeronave que a Ucrânia perdeu durante um massivo ataque aéreo russo na noite do último domingo (29).

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, reforçou a importância de fortalecer a segurança europeia e apoiar a Ucrânia, que ela considera essencial para a proteção da liberdade no continente.

Frederiksen também prometeu avançar na candidatura da Ucrânia à UE, apesar da resistência da Hungria, que tem bloqueado o processo com seu poder de veto.

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