O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, detalhou na quarta-feira (2) quais serão as alíquotas das “tarifas recíprocas” que pretende aplicar a produtos importados a partir de abril. As porcentagens seguiram uma fórmula baseada no déficit comercial dos EUA com seus parceiros, conforme detalhado oficialmente pelo Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR).Segundo a metodologia divulgada, o cálculo leva em conta a diferença entre o valor importado pelos EUA e o valor exportado para determinado país, ou seja, o déficit comercial em bens. Esse número é dividido pelo total de importações americanas vindas daquele país. O resultado é novamente dividido por dois. O percentual final, arredondado, determina a tarifa aplicada.No caso da China, por exemplo, os Estados Unidos registraram, em 2024, um déficit comercial de US$ 295 bilhões. As importações americanas de produtos chineses somaram US$ 440 bilhões no mesmo período.Aplicando a fórmula: 295 dividido por 440 resulta em 0,67 (ou 67%). Dividido por dois, o valor chega a 33,5%, arredondado para 34%. Esse foi o percentual da tarifa aplicada à China pela Casa Branca.A mesma lógica foi utilizada para outros parceiros comerciais, como União Europeia, Japão e Coreia do Sul. A alíquota imposta à União Europeia, por exemplo, foi de 20%, calculada com base nos dados de balança comercial de 2024.Para países com os quais os Estados Unidos tinham superávit ou uma balança comercial equilibrada, como o Brasil, o governo Trump aplicou uma tarifa fixa de 10%, independentemente do resultado do cálculo.A apresentação das tarifas foi feita em pronunciamento oficial na Casa Branca. Inicialmente, acreditava-se que os percentuais haviam sido definidos a partir de uma combinação de tarifas existentes e barreiras regulatórias. No entanto, a fórmula posteriormente divulgada indicou um critério padronizado e centrado no déficit comercial em bens.A política tarifária adotada foi justificada pela administração como uma forma de reequilibrar a balança comercial americana e proteger setores industriais domésticos.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp