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Concessão de asilo à jovem saudita que fugiu da família levará dias

Agência da ONU para refugiados diz que aguarda que Rahaf seja reconhecida como refugiada para encontrar um país que a receba

Internacional|Do R7

Jovem saudita deixou hotel na Tailândia após garantia de que não seria deportada
Jovem saudita deixou hotel na Tailândia após garantia de que não seria deportada Jovem saudita deixou hotel na Tailândia após garantia de que não seria deportada

O processo para dar status de refugiada à jovem saudita Rahaf Mohammed al Qunun, que fugiu de sua família após renunciar ao islã e rejeitar um casamento arranjado, levará dias, informou nesta terça-feira (8) o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), que acrescentou que um possível destino para ela será analisado mais tarde.

"O processo para atender à sua solicitação de asilo acaba de começar e não há um tempo limite, pode levar vários dias segundo o procedimento normal", destacou em entrevista coletiva em Genebra o porta-voz do Acnur, Babar Baloch.

Saiba mais: Família de jovem saudita que se trancou em hotel chega à Tailândia

Se Rahaf conseguir obter a condição de refugiada, "serão buscadas soluções para ela, baseadas no apoio que o Acnur recebeu de outros países", destacou o porta-voz, que afirmou que é cedo "para especular" se a jovem ficará na Tailândia ou irá para outro lugar que lhe ofereça asilo.

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Jovem fugiu da família durante as férias

A jovem chegou no sábado (5) ao aeroporto internacional Suvarnabhumi de Bangkok em um voo vindo do Kuwait, com a intenção de viajar para a Austrália, mas, segundo a jovem, um funcionário da companhia aérea Kuwait Airways confiscou seu passaporte e lhe comunicou que seria obrigada a embarcar em um voo de volta ao emirado.

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"Sua viagem foi interrompida no Aeroporto de Bangkok, onde foi retida e acabou em um quarto de hotel, no qual deu início a seu pedido de ajuda", relatou hoje o porta-voz do Acnur.

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"Rapidamente pedimos (aos tailandeses) que não deportassem a jovem, nem a levassem para uma situação onde poderia estar em perigo", afirmou Baloch, que acrescentou que o Acnur agradece as demonstrações internacionais de apoio para a jovem no mundo todo, depois que os tweets de Rahaf pedindo ajuda se tornaram virais.

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O porta-voz do Alto Comissariado assinalou hoje que a Tailândia não é signatária da Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados de 1951, mas assegurou que isto não é um empecilho para que o país dê asilo a pessoas como Rahaf, já que há mais de 100 mil refugiados em território tailandês, principalmente procedentes da vizinha Mianmar.

Saudita está 'angustiada'

Sobre a situação atual da jovem, a fonte oficial ressaltou que ela passou por "uma dura experiência" e está "angustiada", mas reiterou que Rahaf está "em um lugar seguro em Bangkok" e em contato com funcionários do Acnur, que ontem e hoje falaram com ela.

Sobre a possibilidade de familiares da jovem saudita viajarem para a Tailândia para tentar convencê-la a voltar, Baloch afirmou: "temos que cumprir seus desejos sobre quem quer ou não ver".

Rahaf garantiu hoje, no Twitter, que pediu asilo ao Canadá, enquanto espera a confirmação se a Austrália cancelou ou não seu visto.

A embaixada da Arábia Saudita na Tailândia afirmou em comunicado que não tem qualquer envolvimento na retenção da jovem em Bangkok ou no suposto confisco de seu passaporte.

A ONG Human Rights Watch documentou muitos casos de mulheres sauditas que tentam fugir da opressão de seu país, onde a população feminina precisa de permissão de seus "guardiões masculinos" para viajar, se casar e, em algumas ocasiões, para trabalhar.

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