Coreia do Norte tem base secreta de mísseis perto da fronteira com a China, diz relatório
Análise ressalta que a base amplia o poder de dissuasão nuclear do regime e representa uma ameaça potencial ao Leste Asiático
Internacional|Do R7
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A Coreia do Norte mantém uma base de mísseis balísticos intercontinentais até então desconhecida a cerca de 27 quilômetros da fronteira com a China. A instalação, localizada em Sinpung-dong, província de Pyongan do Norte, foi identificada em um novo relatório do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), baseado em Washington D.C.
De acordo com a análise, a base abriga uma unidade de nível brigada equipada com mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) Hwasong-15 ou Hwasong-18, ambos com capacidade nuclear, ou possivelmente com um modelo ainda não divulgado. A estimativa é de que o local comporte entre seis e nove mísseis, além de lançadores de transporte e construção, conhecidos como TELs.
Imagens de satélite comerciais obtidas em julho de 2025 mostraram entradas subterrâneas, instalações reforçadas e estruturas associadas a unidades de comando e apoio. O relatório destaca que todas as imagens desde 2003 indicam que a base permanece ativa, bem mantida e em constante desenvolvimento.
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O CSIS avaliou que, em caso de crise ou guerra, os mísseis deixariam a base para serem entregues às unidades militares responsáveis por transportar ogivas nucleares. A partir daí, seriam conduzidas operações de lançamento em locais dispersos e previamente mapeados. “As avaliações atuais indicam que, em tempos de crise ou guerra, esses lançadores e mísseis sairão da base, encontrarão unidades especiais de armazenamento e conduzirão operações de lançamento a partir de locais dispersos e previamente pesquisados”, afirmou o relatório.
A base de Sinpung-dong faz parte do cinturão estratégico de mísseis balísticos da Coreia do Norte, que inclui instalações em Hoejung-ni, Sangnam-ni e Yongnim. Estima-se que o país possua entre 15 e 20 bases de mísseis balísticos não declaradas, subordinadas à Força Estratégica do Exército Popular Coreano. Essas estruturas representam o núcleo da estratégia nuclear norte-coreana, segundo a análise.
Embora o local tenha sido construído entre 2004 e 2014, não há registro de que tenha sido incluído nas negociações de desnuclearização entre Estados Unidos e Coreia do Norte em 2018 e 2019. As conversas se concentraram apenas na Estação de Lançamento de Satélites de Sohae, na província de Pyongan do Norte.
Especialistas do CSIS alertam que Sinpung-dong pode não refletir a capacidade total de mísseis do regime de Kim Jong-un. O Hwasong-15, que estaria estacionado na base, é de combustível líquido e pertence a uma geração anterior dos ICBMs. Essa possibilidade levou analistas a sugerirem que a instalação possa estar sendo usada para melhorias no sistema de propulsão ou no desenvolvimento de mísseis de alcance intermediário, e não apenas para o armazenamento e operação de ICBMs.
Apesar das incertezas sobre os modelos específicos de mísseis, o relatório ressalta que as bases de Sinpung-dong e de outras localidades do cinturão estratégico norte-coreano ampliam a capacidade de dissuasão nuclear do regime e representam uma ameaça potencial tanto para países do Leste Asiático quanto para os Estados Unidos.
Perguntas e respostas
Qual é a localização da base secreta de mísseis da Coreia do Norte?
A base de mísseis balísticos intercontinentais está situada a cerca de 27 quilômetros da fronteira com a China, em Sinpung-dong, na província de Pyongan do Norte.
O que o relatório do CSIS revela sobre a base?
O relatório do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) indica que a base abriga uma unidade de nível brigada equipada com mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) Hwasong-15 ou Hwasong-18, ambos com capacidade nuclear. Estima-se que o local comporte entre seis e nove mísseis, além de lançadores de transporte e construção conhecidos como TELs.
Quais evidências foram encontradas sobre a atividade da base?
Imagens de satélite comerciais obtidas em julho de 2025 mostraram entradas subterrâneas, instalações reforçadas e estruturas associadas a unidades de comando e apoio. O relatório destaca que as imagens desde 2003 indicam que a base permanece ativa, bem mantida e em constante desenvolvimento.
Como a Coreia do Norte utilizaria os mísseis em caso de crise?
Em caso de crise ou guerra, os mísseis deixariam a base para serem entregues às unidades militares responsáveis por transportar ogivas nucleares. As operações de lançamento seriam realizadas a partir de locais dispersos e previamente mapeados.
Qual é a importância da base de Sinpung-dong no contexto militar da Coreia do Norte?
A base faz parte do cinturão estratégico de mísseis balísticos da Coreia do Norte, que inclui outras instalações em Hoejung-ni, Sangnam-ni e Yongnim. Estima-se que o país possua entre 15 e 20 bases de mísseis balísticos não declaradas, que são fundamentais para a estratégia nuclear norte-coreana.
O que se sabe sobre as negociações de desnuclearização em relação a essa base?
Embora a base tenha sido construída entre 2004 e 2014, não há registro de que tenha sido incluída nas negociações de desnuclearização entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte em 2018 e 2019, que se concentraram apenas na Estação de Lançamento de Satélites de Sohae.
Quais são as implicações da base para a segurança regional?
Especialistas do CSIS alertam que a base de Sinpung-dong pode não refletir a capacidade total de mísseis do regime de Kim Jong-un. Apesar das incertezas sobre os modelos específicos de mísseis, o relatório ressalta que as bases ampliam a capacidade de dissuasão nuclear do regime e representam uma ameaça potencial para países do Leste Asiático e para os Estados Unidos.
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