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Entenda por que o término do acordo de grãos da Rússia pode levar pessoas à fome

Ao longo de um ano, o tratado permitiu a exportação de mais de 32 milhões de toneladas de cereais ucranianos

Internacional|Do R7

Rússia anunciou término de participação no acordo de grãos do mar Negro
Rússia anunciou término de participação no acordo de grãos do mar Negro

A Rússia anunciou, nesta segunda-feira (17), o término de sua participação no acordo de grãos do mar Negro, que permitia à Ucrânia exportar seus grãos por mar. Entidades como a ONU (Organização das Nações Unidas) demonstraram preocupação e temem que o fim do tratado possa levar milhões de pessoas à fome.

O acordo vinha ajudando a aliviar a crise alimentar mundial provocada pela guerra na Ucrânia. O país fornece alimento a vários países, sobretudo àqueles considerados em desenvolvimento. Ao longo de um ano, o tratado permitiu a exportação de mais de 32 milhões de toneladas de cereais ucranianos.

Segundo a Gro Intelligence, empresa de dados agrícolas, a Ucrânia está entre os três maiores exportadores de cevada, milho e óleo de colza em todo o mundo. O país é também o maior exportador de óleo de girassol, responsável por 46% das exportações mundiais.

Com o fim do acordo, a tendência agora é que haja menor disponibilidade de comida e aumento no preço dos alimentos. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Adam Hodge, afirmou em um comunicado que a decisão da Rússia "piorará a insegurança alimentar e prejudicará milhões de pessoas vulneráveis em todo o mundo".


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O Comitê Internacional de Resgate (IRC) disse, em novembro, que o fim do acordo atingiria, sobretudo, aqueles que "estão à beira da fome". Na África Ocidental, por exemplo, aproximadamente 80% dos grãos são exportados da Rússia e da Ucrânia.

É difícil medir qual será a diminuição das exportações de grãos da Ucrânia, mas é certo que o alto custo do seguro dos navios pode ser um problema daqui em diante. Os navios que desejam atravessar o mar Negro precisam fazer um seguro de milhares de dólares, e as empresas de navegação podem relutar em enviar seus navios pela zona de guerra se não houver o aval russo.


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Nas últimas semanas, o governo russo vinha reclamando que seus interesses estavam sendo ignorados e deu indícios de que o acordo seria interrompido. Moscou se queixa, em particular, de que seu setor agrícola, um dos que mais produzem no mundo, é afetado pelas sanções adotadas pelo Ocidente, que "bloqueiam as exportações agrícolas russas".

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