Candidato Andrés Arauz disputará o 2º turno das eleições presidenciais no Equador
José Jácome/EFEO candidato Andrés Arauz, apoiado pelo ex-presidente Rafael Correa, venceu o primeiro turno das eleições presidenciais de domingo (7), no Equador, conquistando 32,22% dos votos válidos, com 96,81% das urnas apuradas.
O resultado não foi uma surpresa no Equador, onde as pesquisas antes das eleições e boca de urna indicaram uma diferença de até 15 pontos percentuais em relação ao segundo candidato.
Já o adversário de Arauz deve ser confirmado nos próximos dias, pois há empate técnico entre o centro-direita Guillermo Lasso, que começou como favorito ao segundo turno, e o candidato ambientalista indígena Yaku Pérez.
O primeiro obteve 19,65% dos votos, enquanto o segundo o supera em seis centésimos, com 19,71%.
É um número muito pequeno de votos para decidir quem ficou na segunda posição e seguirá na disputa, já que a contagem final ainda levará alguns dias e o voto de pessoas que vivem fora do país ainda será contado.
Um pouco mais de 410 mil equatorianos que vivem no exterior foram convocados a votar nessas eleições, nas quais o país elegeu presidente e vice-presidente, 137 membros da Assembleia Nacional e cinco do Parlamento.
Como resultado do empate, Pérez questionou hoje os resultados em Guayaquil e pediu uma nova contagem.
"Participamos neste processo eleitoral exigindo transparência, mas apesar do fato da apuração rápida do CNE (Conselho Nacional Eleitoral) nos ter dado o segundo lugar, eles estão se aproximando e parece que a intenção é nos derrubar e deixar-nos em terceiro lugar", disse em alguns comunicados na sede do movimento que lidera, Pachakutik, em Quito.
Pérez pediu aos seus apoiadores e eleitores para "estarem atentos" e se mobilizarem para que "sua vontade não seja defraudada, que sua vontade seja respeitada", sugerindo que o órgão eleitoral ou algum poder político busque modificar os resultados.
O candidato conservador, que inicialmente começou como favorito para o segundo turno atrás de Arauz, tradicionalmente tem voto fiel em sua cidade, Guayaquil, embora não se saiba se essa situação teria sido modificada pelo novo fator político que Pérez representa.
A lei equatoriana exige um segundo turno quando o vencedor não obtém a maioria absoluta ou pelo menos 40% dos votos válidos, com uma diferença de 10 pontos em relação ao segundo candidato.
Em quarto lugar está Xavier Hervas, da Esquerda Democrática, com 16,01% dos votos.
Os outros doze candidatos, todos eles desde o início sem possibilidades reais de passar ao segundo turno, compartilham a votação: Pedro José Freile, 2,15%; Isidro Romero, 1,82%; o ex-presidente Lucio Gutierrez, 1,76%; Gerson Almeida, 1,69%; e a única mulher, Ximena Peña, 1,53%.
Outros sete candidatos obtiveram menos de 1% dos votos.