Enquanto o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, luta pela sua sobrevivência política após sua decisão desta semana de declarar lei marcial, uma pessoa se destaca sobre os escândalos que envolvem sua presidência: sua esposa, Kim Keon-hee.Yoon enfrentaria uma votação de impeachment no parlamento da Coreia do Sul neste sábado (7) por sua decisão de declarar lei marcial (acabou escapando por falta de quórum). Mas este não é o único projeto em pauta. O outro autoriza uma investigação especial do Ministério Público sobre a primeira-dama.Os destinos entrelaçados do casal não são coincidência. A popularidade de Yoon despencou à medida que os problemas públicos da primeira-dama aumentaram. Em uma pesquisa recente, a aprovação do líder sul-coreano caiu para 17%.O principal fator para a insatisfação foi Kim — a quem os críticos chamaram de “calcanhar de Aquiles” de Yoon e de “Maria Antonieta” devido ao seu gosto por marcas de luxo.Os parlamentares da oposição, em sua moção de impeachment, descartaram a justificativa de Yoon relacionada à segurança nacional para buscar poderes de emergência. Em vez disso, citaram o desejo de Yoon de “evitar investigações sobre alegações criminais envolvendo o presidente Yoon e sua família.”A primeira acusação contra Kim Keon-hee envolveu um esquema de manipulação de ações no valor de 63,6 bilhões de won, relacionado à Deutsche Motors. De acordo com o jornal coreano Hankyoreh, contas em nome de Kim Keon-hee e sua mãe foram supostamente gerenciadas por um “conhecido manipulador de preços de ações”. As transações dessas contas violaram a Lei dos Mercados de Capitais, mas as acusações contra a Primeira-Dama foram retiradas sob a defesa de que ela não estava ciente do uso de suas contas para tais transações.Ela também foi acusada de colaborar com Myung Tae-Kyun, um autoproclamado consultor político que está sendo investigado pela agência de investigação de corrupção do país. Ele é suspeito de manipular resultados de pesquisas para favorecer o presidente Yoon, conforme relatado pelo The Korea Times.A proposta de investigação busca esclarecer essas alegações e garantir a transparência e a justiça no tratamento das acusações contra figuras públicas de alta relevância.Por três vezes, Yoon vetou esforços legislativos liderados pela oposição para estabelecer um promotor especial para investigar Kim em relação a alegações, incluindo manipulação de ações, suborno e envolvimento ilegal nas nomeações de candidatos do partido. Em uma rara coletiva de imprensa no mês passado, ele negou que as ações tivessem sido feitas em apoio à sua esposa. Em vez disso, Yoon disse que as investigações deveriam ser bloqueadas porque as alegações eram politicamente motivadas.“Kim não é a primeira dama típica e enfrentou uma quantidade exagerada de escrutínio e críticas em comparação com outras esposas de presidentes”, disse Park Sung-min, que lidera uma empresa de consultoria política em Seul. “De qualquer forma, Kim certamente se tornou um elo fraco na carreira política de Yoon.”