EUA podem enviar à Ucrânia míssil capaz de destruir 30 bases russas; entenda
Mísseis JASSM, com alcance de 370 km e capacidade de escapar de radares, podem atingir alvos estratégicos da Rússia
Internacional|Do R7
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está considerando fornecer à Ucrânia mísseis de cruzeiro ar-superfície JASSM (Míssil Conjunto Ar-Superfície de Longo Alcance) segundo uma reportagem publicada na segunda-feira (14) pela revista Military Watch Magazine, especializada em assuntos militares.
A possível entrega representaria um passo significativo no apoio militar norte-americano à Ucrânia. Na segunda-feira, Trump prometeu enviar sistemas de defesa aérea Patriot para a Ucrânia para auxiliar os esforços do país contra os ataques da Rússia.
O JASSM, ou AGM-158, é um míssil de cruzeiro lançado do ar que entrou em serviço nos Estados Unidos em 2003. Com alcance de 370 km, ele é projetado para escapar de defesas aéreas, como o sistema russo S-300, voando em baixas altitudes para evitar radares inimigos.
Equipado com uma ogiva de 450 kg e orientação de precisão, o JASSM é capaz de atingir alvos estratégicos com grande eficácia. Ele foi utilizado, por exemplo, no ataque que resultou na morte de Abu Bakr al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico, em 2019.
Atualmente, apenas quatro países, incluindo a Polônia, operam esse míssil, que está sujeito a controles rigorosos de exportação, o que torna a possível transferência para a Ucrânia um marco importante.
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A Ucrânia já possui mísseis de cruzeiro lançados do ar, como o Storm Shadow/SCALP, que tem alcance de 250 km, e mísseis balísticos ATACMS, lançados do solo, com alcance de 305 km, segundo a United24 Media, plataforma de notícias do governo ucraniano.
No entanto, os estoques desses armamentos estão diminuindo, especialmente diante dos avanços russos e da dificuldade de Kiev em realizar grandes ataques contra as linhas de suprimento inimigas.
Se aprovada, a entrega dos JASSM seria feita para uso nos caças F-16 da Ucrânia, que, apesar de serem modelos mais antigos, da época da Guerra Fria, podem servir como plataformas de lançamento eficazes.
Graças ao seu alcance, esses mísseis poderiam atingir cerca de 30 bases aéreas russas, dificultando os ataques aéreos realizados pela Rússia contra o território ucraniano, que têm se intensificado desde que drones furtivos ucranianos destruíram uma parte significativa da frota de bombardeiros de Vladimir Putin, no dia 1º de junho.
Limitações
Embora os JASSM tenham um alcance menor que os 450 km necessários para atingir Moscou a partir da fronteira ucraniana, pilotos ucranianos poderiam voar em espaço aéreo russo para se aproximar de alvos estratégicos.
Essa tática, porém, colocaria em risco os valiosos caças F-16, expondo-os às defesas aéreas russas, que já levaram o Kremlin a posicionar seus jatos mais importantes longe da fronteira. Três unidades já foram perdidas em combate desde 2024.
Além disso, a Ucrânia já adaptou jatos da era soviética, como os Su-27 e Su-24M, para lançar mísseis Storm Shadow/SCALP. No entanto, os estoques limitados desses mísseis na Europa aumentam a importância de alternativas como o JASSM para reforçar o arsenal ucraniano.
Possível entrega
A discussão sobre o envio de JASSM ocorre em um momento em que Trump prometeu fornecer à Ucrânia o sistema de defesa aérea Patriot, sugerindo ainda a possibilidade de mais entregas de armas avançadas.
Fontes familiarizadas com as deliberações indicaram à Military Watch Magazine que Washington avalia o fornecimento de mísseis de longo alcance capazes de atingir profundamente o território russo, embora detalhes permaneçam não confirmados.
O JASSM começou a ser fabricado em 2001 pela Lockheed Martin, empresa norte-americana aeroespacial e de segurança. A versão de alcance estendido (JASSM-ER) entrou em serviço pela primeira vez na Força Aérea dos EUA em 2014.
Quatro anos mais tarde, em 2018, 19 mísseis foram usados com sucesso na Guerra Civil Síria.
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